Vejo-te fitando além dos azuis montes
A procurar sonhos e alegrias infinitas
Esperando que o amor da sua vida
Venha voando, cortando o horizonte...
No céu, um ponto luzidio nasce no manto,
E aos poucos vai crescendo, crescendo...
É sua “Vida”, seu amor que está chegando,
Planando, suave e manso como um vento...
Estica seus finos e tão nevados braços
Numa tentativa vã, tenta me alcançar.
Mas te prenderam em visgo e em laços
Impedem-te, minha Gaivota, de voar...
Fica soluçando com os olhinhos em brilho
Ave que sou, te procuro e procuro um pouso.
Mas me prenderam em alçapões com visgo
Amarrado estou... Ave queda... Apenas choro...
Mas, minha amada,
Há no céu uma luz... Um criador
Que curará tuas asas quebrantadas
Com um sopro só se desfaz as amarras
E, aves livres que somos, buscaremos amor,
Voando felizes pelo infinito... Nossa Casa!
Gyl Ferrys