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Desvenda-me porque sou mulher

 
Intriga-me teu olhar
que foge e me devora,
as palavras que sopram da tua boca,
que me buscam e me mantêm distante...
Não quero ser coadjuvante da tua história,
não quero ser um sonho escondido.
Meu olhar sustenta o teu
para que me leias:
pertenço a desertos e prados,
às multidões, à solidão das capelas
nas tardes de segunda-feira...
Sou verdade e não gosto das sombras,
a luz é que ilumina caminhos.
Vem e prova do meu gosto,
não deixa que seque em ti
o sabor do desejo e da entrega
que em ti desperto.
Deita em meu colo,
ouve minha voz,silenciosamente,
reza uma prece de brotarem lágrimas
quando toco tua alma com um beijo.
Não sou tua e te pertenço sempre.
Sou a brisa que passa por tuas janelas,
e a tempestade que te arrasa,
Não dependo de tuas vontades,
mas delas é que me alimento...
Sou muitas e apenas eu...
Me ensina a ler tua partida
como promessa de volta,
como um poema de reencontros,
porque fujo e me entrego a ti sem reservas
quando tua voz enternece
meus sentidos e oblitera meus olhos.
Tuas mãos me cativam e
desenham verdades em mim,
em ti, minha alma renasce e fenece.

Desvenda-me porque sou mulher.


Carla Patrícia
(em um instante de devaneio)



http://versos-do-vento.blogspot.com


 
Autor
carlapathy
 
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1901
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 19/02/2010 08:10  Atualizado: 19/02/2010 08:10
 Re: Desvenda-me porque sou mulher
Um excelente exercício de auto-análise ao "corpo" do amor cujo resultado é um poema de entrega e esperança!