Como aceitar que o tempo não volta,
Leva-se tanto de mim,
E nada deixa de si.
Esperar que aqueles que amo me aceite,
Mas nem eu tenho conseguido aceitar a mim mesma,
Exatamente do modo como me encontro.
Quero realizar meus sonhos,
Mas esqueci de sonhá-los,
Assim como esqueci de meu passado.
Se é que meu passado realmente existiu,
Pois nem ele deixou um pouco de si como prova,
Além de velhas lembranças.
Lembranças que nem sei ao certo se as vivi,
Ou se sonhadas em um tempo distante por mim foram,
Mais que deixaram minhas feridas abertas.
Feridas que tantos tentam tocar,
E que em sua maioria conseguem,
E por me dentro em fazem sangrar.
Fazendo se esvair o mesmo sangue que por meu corpo passa,
E em meu peito pulsa,
Trazendo-me de volta escuridão.
Uma escuridão que toma toda minha mente,
Fazendo com que me esqueça que possuo um coração.
Um coração que agora tão cansado de sofrer,
Que prossegue pulsando livre e solto,
Mas sempre algemado,
Algemado as algemas da razão.
Tatiane Nunes Freire