Ah, que saudades da minha aldeia!...
E aí estarei numa qualquer lua cheia
revivendo a vida à luz da candeia!
E tu aguarda por mim, rio Tuela,
em ti me banharei muito bela
com a lua a espreitar da janela...
E depois subirei o rico monte
onde há Ágatas e outroa cristais,
com o sol já a vir-se no horizonte
no meio de belezas intemporais...
Sim, aí estarei perdida no tempo
inspirando a pureza do campo
esse ar tão puro e tão limpo,
e debaixo de um enorme choupo
desenho um cristalino copo...
E nele refletida a harmonia total
e fecho os olhos e vou até ao céu
onde recebo um consolo espiritual
com os anjos todos num escarceu
e o amor na alma a arder e a arder
e tudo em mim a renascer, a renascer...
E se a felicidade é tão concreta
é aí que eu a sinto plenamente
e aí me sinto uma real poeta
que corre nas imensidões sem fim,
e depois o odor das flores campestres
fica entranhado e impregnado em mim
e pregunto, quem foram os mestres?
A felicidade existe nem que seja
por uma hora ou o tempo que for,
e se há um astro em nós que flameja,
e se há amor e amor e mais amor
e mil e um sonhos para concretizar,
a felicidade existe para tudo coroar,
os triunfos e todas as vitórias
que ficarão perpetuadas nas histórias...
A felicidade é tudo o que vemos
de tão belo em nossa volta,
é quando os outros desagrilhoamos
e deixamos andar por aí à solta
a realizar os seus sonhos todos
dos mais variados feitios e modos,
mas é isso e deixar espaço livre
para que ninguém, ninguém se prive
de dizer oque sente e não sente
e esperar que alguém nele atente...
A felicidade vem de mansinho
bater à nossa porta, e, se a abrimos
no nosso coração faz um ninho
e depois nessa loucura nos rimos
e corremos a abraçar o mundo
e facamos em sintonia com tudo
e com o cosmos e o universo
e largamos um grito profundo
que quebra o silêncio mudo
e dá à luz o melhor verso!
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