Temo o sol,
que traz luz, que insiste em banhar
o meu árido viver.

Temo o sol,
que clareia os passos incertos,
na busca ansiosa pelo futuro.

Temo sim, o sol
que é imperativo, mas que se vai
e me deixa na noite obscura
sem nada, e retorna cedo
a deixar-me com nada.

Temo o luar,
as estrelas mais temo,
só vejo pontos, vagos lumes
no espaço sideral sem fim.

Temo o próprio universo,
qual minúsculo ponto inerte,
que me perco, me lanço a cair,
a cegar-me feito cometa em rota solar.

Temo, temo tudo que traz,
pois, não sei se levará,
a maior das dores que sinto,
temo e temerei, pois sinto...

AjAraújo, o poeta humanista, poema escrito em agosto de 1975.
 
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AjAraujo
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Enviado por Tópico
Conceição Bernardino
Publicado: 18/02/2010 12:35  Atualizado: 18/02/2010 12:35
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 Re: Temores
muito bonito gostei de ler

beijo