No mundo que gira
Em ignoto destino,
No ameaçado planeta
Só a esperança nos ata ao futuro...
Decerto muitas coisas fazemos
Sem dúvida, estão aí os avanços
Em todos os campos das ciências
Novas tecnologias, curas de moléstias...
Contudo pra muitas questões
Inda cultivamos crenças e mitos
Que da riqueza de diversos (etnias)
Nos revela a cruel pobreza de muitos povos
Costumes tribais, arcaicos
Castas parasitas, oportunistas
Investidores, especuladores
Políticos, sanguessugas
Tornam este mundo desigual
Não se comovem aos ensurdecedores gritos
De tristeza, revolta, de fome - tão igual
Para aqueles que são excluídos
Da riqueza que Deus nos legou no mundo
Em mananciais, veios de minério
Em terras produtivas, para o trigo e o centeio
Viram latifúndio pra acumulação e gado.
Para cada grito que ecoe no deserto
Haverá mil rajadas de canhões para abafá-los
Decerto haverão tímpanos sensíveis, oásis
Nestes tempos insensíveis, pra buscar o conserto.
É o que esperamos, que precisamos acreditar e,
mais que isso, lutarmos para transformar o mundo em um lugar de justiça social, equidade e universalidade, respeitando e promovendo a vida em suas diversas tonalidades e culturas.
AjAraújo, o poeta humanista, escrito em fevereiro de 2010.