Como eu queria,
Saber usar as palavras,
saber rimar,
Escrever coisas intelectuais,
Tão intelectuais,
mas tão que ninguém entedesse!
Só queria belas palavras,
rimadas, sincronizadas,
entorpecidas por uma falsa inteligência,
Só precisa falar bonito,
pra uma platéia de surdos,
Quem sabe eu não poderia montar um belo discurso,
do qual todos aplaudiriam,
mas nada entenderiam,
só estariam esperando o momento do café,
e enquanto eu falava
apenas pensavam sobre suas próprias vidas.
E eu lá esquecido,
preocupado com o que falar,
preocupado em como falar,
bobo eu,
que no final todo mundo aplaude,
mesmo sem ter entendido.