Um mendigo perplexo..
Numa rua molhada..
Uma varina chalupa..
Anunciando a alvorada..
Um secreto agente..
Que em deveres se perdeu..
Olha a batata quente..
Na lingua de Morfeu..
Uma terrina que fumega..
Na rancheira do lado..
Com o compasso de espera..
Se encontra o caldo entornado..
Uma pedra falante..
Noutra rua calçada..
E no momento seguinte..
Solta-se á desgarrada..
Uma cana de pesca..
De sua linha estendida..
A esperança que lhe resta..
Nesta forma de vida..
Um tremoço ambulante..
Vende na feira da ladra..
De bigode e turbante..
Sem pedir quase nada..
Um palco aberto..
Já em forma de vida..
E o saber do silencio..
Numa frase perdida.
P.S.
A caminho da transcendencia...