Sim, eu sei
que depois do ocaso,
outro dia vem.
Sim, eu sei
que depois do vermelhão
com que se despede o dia,
outro dia virá,
outra luz voltará,
roxa, laranja em clarão.
Sim, eu sei…
Mas também sei que há noites
em que o corpo
me treme de frio
e tenho medo da escuridão.
Sabes sol da tarde?
Não posso contar com o luar
porque de fases é a lua.
Umas vezes doce a amar,
outras vezes dura e crua.
Por isso sol do poente,
tão vermelho de paixão,
não me deixes entregue à noite
tira-me desta escuridão.
Dizes-me
que tens pouca luz,
sol poente?
De pouca eu estou carente!
Amanhã, ao amanhecer
prometo que te vou ver,
bem cedinho, a nascente.
Quisera eu ser poeta
Quisera eu ser pintor
Escrever telas e pintar poemas
Escrever, pintar, pintar,escrever
A humanidade com muita cor