Sonetos : 

«« Pergunta à noite ««

 
Pergunta à noite ou então pergunta-me a mim
Ambas te responderemos que a solidão
Vagueia pelo Alentejo em combustão
É a sina das gentes que nasceram aqui

Pergunta à noite ela te falará assim
O sangue que desliza no vento suão
É o meu e o teu, é o de um milhão
De sonhos, e sorrisos que vagueiam e por fim

Se cruzam na planície velha e cansada
Mas mesmo assim consegue virar a página
Em cada gota de água tresmalhada

Pelo agreste do frio que nos gela a alma
Pergunta-me a mim, eu te direi que a ausência
Por vezes é a força que me trás átona

Antónia Ruivo.Open in new window


Era tão fácil a poesia evoluir, era deixa-la solta pelas valetas onde os cantoneiros a pudessem podar, sachar, dilacerar, sem que o poeta ficasse susceptibilizado.

Duas caras da mesma moeda:

Poetamaldito e seu apêndice ´´Zulmira´´
Julia_Soares u...

 
Autor
Antónia Ruivo
 
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Enviado por Tópico
clara-mei
Publicado: 12/02/2010 12:09  Atualizado: 12/02/2010 12:09
Muito Participativo
Usuário desde: 31/10/2009
Localidade: Votória, Espirito Santo- Brasil
Mensagens: 70
 Re: «« Pergunta à noite ««
Alantejana! Portugueses! Quão prazeroso é receber imagens, paisagens, postadas ou descritas, de terras e mares e portos e seres, do bem-amado Portugal. O que a distância separa, os corações unem. Bendita internet e luso. Lindo soneto!


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 12/02/2010 13:28  Atualizado: 12/02/2010 13:28
 Re: «« Pergunta à noite ««
.....................
eu queria tirar um fado
do fundo do sentimento
que não ficasse cercado
p´las margens do pensamento
eu queria cantar um fado
que me chegasse do ser
de um povo desencontrado
nesta sorte de viver

eu queria inventar um fado
que não fardasse de escuro
o teu presente passado
o meu passado futuro
eu queria cantar um fado
de um tempo de que nem sei
de um povo contraditado
nas palavras que lhe dei

eu queria cantar um fado
que não chegasse de ti
meu povo no outro lado
da memória que perdi


Se não é deste povo que falamos...
José Bras