Supõe-se que eu esteja cognitivamente suspensa. Ora, refere-se claramente à cognição no sentido da aquisição e processamento. Nada sinto ao redor, apenas o bater acelerado de meu coração.
A minha trajetória pelo mundo é agora descritora de um interior conturbado. Passo a descrever e não refletir.
Me silencio, e sinto-me vazia. Avanço continuamente à procura do outro, e no fundo, de mim própria. Busco qualquer sensação que me realça. Ao longe ouço um sussurro uma presença a mais aproximar-se. Algo de familiar atinge-me. Ouço vozes que me distanciam.
Com olhar acompanho o que quer que seja. Agora sim, posso senti-lo mais perto.
És tu!?
A morte é singela. A sua beleza perpassa-te no fio da tua indecência. Tornaste-te distante. És o culpada. O suicídio é a tua resposta.
Algo dentro de mim tenta avisar-me do perigo, implora-me por socorro.
“Quem é o inimigo quem é você?”
Defendo-me sem saber porque...
Afasto-me de onde me encontro. Já não me sinto segura. Estou a ser espiada. A entidade que me acompanha perturba-me.
Perco os sentidos, encolho-me com instinto de auto-proteção. Desespero. Choro vem sob forma violenta, descontrolado e com os olhos vidrados vislumbro o vazio.
És prisioneiro de ti próprio. Nunca mais te livrarás da nebulosidade do pensamento enfraquecido…
"Quando me amei de verdade, comecei a escrever sobre o que eu vivia e o que eu pensava, porque compreendi que era meu direito e minha responsabilidade."