Meu único e doce amor,
O sopro da distância,
Ainda é mera brisa,
Mas traz consigo uma fragrância,
Que me sufoca e agoniza.
Imaginar-te longe do meu leito,
Apartada do teu regaço,
É espinho cravado em meu peito,
Farpado e firme como o aço.
Mas porque o meu amor é mais forte,
Desafio dizer… mais do que a própria morte,
Resta-me a aceitação,
Por muito que dilacere o meu coração.
Pois não sou ser de egoísmo,
Sinto a saudade que te invade o espírito,
Vejo nos teus olhos o abismo,
Atado na tua garganta como um grito.
Saudade essa tão natural,
Não senti-la, é que seria anormal.
Das pessoas, ruas e vielas,
Das imagens e paisagens tão belas,
Que tiveram o privilégio de te ver crescer.
Vai meu amor!
Absorvido pelos ventos do Norte,
Amar-te é minha condição, minha sorte!
Ficarei aqui ansiosa, esperando,
Com o coração, não mão, parado.
Os dias e segundos contando…
Pelo teu regresso tão aguardado.
E, se quando de novo me avistares,
No momento em que se cruzarão os nossos olhares,
Ouvires um som ensurdecedor,
Não te assustes meu doce amor.
Foi só o meu coração que irrompeu a bater,
Pela felicidade! Por te ver!
(Vânia Brasil)