Mundo dos sonhos, de ervas e flores,
De encantadas cores e continuidade,
Com perfumes densos, fabulosos olores,
Onde pássaros voam em liberdade...
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Mundo de reflexos, de variadas imagens,
Utópicas, simétricas, em horizontes sem fim,
De velhos e novos, de cultos e selvagens,
De negros e brancos, de ébanos e marfins...
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Mundo de loucos, nos olhos do cubista,
Janelas de ferro, ao ver o sol nascer quadrado,
Mas que ganha a compensação de um artista,
Em telas de cores, de seu mundo figurado...
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Mundo de poucos, mundo de muitos,
Do sim e do não, em contrabando de emoções,
De esperanças perdidas por falta de intuitos,
Pela falta de coragem em alguns corações...
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Mundo tão moderno, de internet e e-mails,
De amores distantes, em suas paixões virtuais,
Entre arrobas e pontos, fins encontram meios,
Em endereços eletrônicos, que os fazem ser iguais...
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Mundo de guerras, mundo que não encontra paz,
Onde qualquer déspota comanda sem razão,
E que amar a um irmão, parece não ser capaz,
Não tendo piedade, nem ao ver seu sangue no chão...
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Mundo tão piegas, mundo tão ressentido,
Mundo que fora iludido, pelo homem apenas,
Mundo tão degradado, mundo tão poluído,
Que se encontra resumido por pessoas advenas...
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Mundo redondo, mundo tão circular,
Um filho do cosmos entre milhões de astros,
Um menino novo para o universo, mas secular,
Mas que pelo tempo vem deixando seus rastros...
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Mundo, mundo, mundo...Um Artista sem picadeiro,
Um rico sem dinheiro, um pobre, mas com nobreza,
Um monumento inacabado, mas que se faz inteiro,
Pela mão de Deus, revelando toda a sua beleza...
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Mundo, mundo, mundo...De sobrenome Terra,
De mares e marés, uma perfeita estatua nua,
Mundo, mundo, mundo...Tão perfeita esfera,
Tão azul menino, irmão do sol, irmão da lua...