UMA LUZ AO LONGE
Aqui de cima, do meu barracão
vejo, uma tênue luz ao longe,
parece que está piscando na escuridão,
nas mãos trêmulas, de um velho monge.
Está quase coberta pela neblina
já está fugindo da minha visão...
Será a luz de alguma lamparina,
ou será lenha, de algum fogão?
Tênue luz, só voce e as estrelas
que estão enfeitando esse sertão,
saibam, que e muito bom te-las
por companheiras, na solidão.
Quando está piscando assim
como as batidas do meu coração,
será que está pedindo pra mim,
aumentar o volume do violão?
Aos poucos vai se apagando
como, se dissipasse na serração,
e daqui de longe estou fitando
como se olhasse, para uma ilusão...
Daqui a pouco, estará apagada
vai desaparecendo o seu clarão,
quando se aproximar a madrugada
ficará apenas, na imaginação...
Como se no mar fosse uma vaga
fico admirando esse lampião,
mesmo depois que se apaga
fico olhando, em sua direção.
Fim da noite, vem a claridade
ponho a procura-la, mas e em vão,
até parece, que sinto saudade,
da tênue luz, de algum grotão...
GIL DE OLIVE