Não me arrisco correr a vida sem o doce prazer da loucura.
Ela que satisfaz os desejos secretos de muitas senhoras do povoado.
Ah, que noite ordinária e vadia. Rouba minhas vestes e fico a correr pelo campo nu.
E tu, que me olhas pela fresta da cabana de inverno, escondida dentro da quentura de tuas entranhas.
Quanta lástima a tua; solitária rodeada de seu senhor em casa.
Pois sou livre e louco, não existe tristeza em mim e nem ofensa.
Sou louco como devo ser e tal assim, mereço estar.
Mais não me arrisco correr a vida sem o doce prazer desta loucura.
Marcos Lima