Sonetos : 

Soneto sobre o nada

 
Não sei exatamente o que falar agora,
Portanto resolvi escrever sobre o nada.
Começo retirando os minutos das horas;
Números, ponteiros, arranco e lanço fora.

Balanço cada página do meu diário
E junto meus poemas todos na lixeira.
Desmancho cada data do meu calendário
E guardo meus anseios vãos na geladeira.

Eu solto da janela as penas da saudade
E uma a uma apago as luzes do futuro.
No ralo do banheiro, a razão, atiro.

Enterro no quintal lembranças de amizade,
Depois na minha cama, no meu quarto escuro...
Deitado, fecho os olhos, esqueço e não respiro.


Frederico Salvo


Direitos efetivos sobre a obra.
http://pistasdemimmesmo.blogspot.com/

 
Autor
FredericoSalvo
 
Texto
Data
Leituras
1312
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
3 pontos
3
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
RoqueSilveira
Publicado: 08/02/2010 00:41  Atualizado: 08/02/2010 00:41
Membro de honra
Usuário desde: 31/03/2008
Localidade: Braga
Mensagens: 8112
 Re: Soneto sobre o nada
Pode ser que no tempo parado o passado e o futuro desapareçam e dêem descanso ao poeta.
Abraço


Enviado por Tópico
Alexis
Publicado: 08/02/2010 15:12  Atualizado: 08/02/2010 15:12
Colaborador
Usuário desde: 29/10/2008
Localidade: guimarães
Mensagens: 7238
 Re: Soneto sobre o nada para frederico
quem se enche de tudo,precisa do nada,de quando em vez.chamo a isso uma espécie de cansaço que ao vazio obriga.

beijo,poeta

alex