Poemas : 

Meu... Encanto!

 
Encanto... Quedo-me, tal qual um pássaro
Ferido e abatido num dia de um domingo cálido
Onde reinava um refrigerante verão...
Toque-me... Sinta-me... Sou teu...
Deixe que teus úberes rocem o marrom
Omoplatas de minhas largas costas...
Que teu hálito, mato sagrado das essências
Silvestres,
Eflúvios de todas as riquezas campestres,
Toquem-me as fartas penugens castanhas da nuca...
Sim... Daqui, léguas de ti, sinto-me preso no teu arfante peito...
Sim... Daqui, dentro de mim, sinto o açúcar de delícias
Divinas do néctar que jorra dos teus beijos...
Desejo-te... sim...

Sopre velas, sonhos e venha... É meu tesouro!
Beije-me... Tatue manchas arroxeadas em meu
Pescoço...
Vem!... Eu deixo...
Que se exale o cheiro... Que se imortalize o nosso
Sentir... Voluptuoso!
Dance... Voe... Cerre teus cerúleos olhos...
Sou tua nau à deriva...
Bebedor nato de tua labareda-língua...
É um encanto... É uma encantada...
Pássaro ferido com as asas quebradas
Sou.
Só não morro a míngua, meu amor,
Por que em ti...
Sinto-me em casa...
Encontrei, enfim...
Segura morada!



Gyl Ferrys

 
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Gyl
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Enviado por Tópico
eduardas
Publicado: 07/02/2010 21:14  Atualizado: 07/02/2010 21:14
Colaborador
Usuário desde: 19/10/2008
Localidade: Lisboa
Mensagens: 3731
 Re: Meu... Encanto! p/Gyl
Neste vai vem de imagens de encanto, que não se morra à míngua por amor.

bj
Eduarda


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 07/02/2010 21:22  Atualizado: 07/02/2010 21:22
 Re: Meu... Encanto!
O cao-poeta tinha comido
Da panela de um cigano
Pimenta, sebo e tutano
Cebola e peba dormido
Foi tão grande o estampido
Que se ouviu no Pajeú
Toda praga de urubu
Da caixa prego desceu
O peido que o cao-poeta deu
Quase não passa no cu

Na fazenda Gado Brabo
Num casamento que havia
Comeu tanto nesse dia
Mocotó, feijão, quiabo
Meia noite abriu do rabo
Defecando o que comeu
Toda prega se rompeu
Na porteira do baú
Quase não cabe no cu
O peido que o cao-poeta deu

Quando o peido quis fugir
As tripas se revoltaram
E o cu do peido vedaram
Para o peido não sair
O peido não quis pedir
Mas o cu se arrependeu
O peido inchou e cresceu
Do jeito de um cururu
Quase não cabe no cu
O peido que o cao-poeta deu

Cú seboso e vagabundo
O peido tinha razão
Um fundo fazer questão
De um peido passar no fundo
Mais veloz como um segundo
Esse peido endoideceu
Fez finca-pé no "suru"
Quase não cabe no cú
O peido que o cao-poeta deu

Depois da grande explosão
O cao-poeta se aliviou
A meninada apanhou
"Caco" de cú pelo chão
Pano de fundo e botão
Caroço e casca de umbu
Uma chibata de angu
Do entre perna desceu
O peido que o cao-poeta deu
Quase não passa no cú

Não foi brincadeira não
Quando o rabo estremeceu
O peido que o cao-poeta deu
Ribombou como um trovão
Ele firmou-se no chão
No tronco de um mulungu
Levantou o mucumbu
Abriu a tripa gaiteira
Quando o peido fez carreira
Quase não passa nu cú

Ele não tem cerimonha
De peidar seja onde for
Me disse Joaquim, senhor
Que esse cao-poeta senvergonha
Viciou-se na maconha
Mocotolina e pitu
Bebe mais do que timbu
No samba de Zé Bedeu
O peido que o cao-poeta deu
Quase não passa no cú

Quase não pode passar
O chefe da caganeira
O peido encontrou barreira
Deu vontade de voltar
Pois quem quer se libertar
Enfrenta até canguçu
Depois do maracatu
O dono do cu gemeu
O peido que o cao-poeta deu
Quase não passa no cú

Eu não conheço valente
Por muito brabo que seja
Que não peide na peleja
Vendo o perigo na frente
Com o medo que a gente sente
Mais ligeiro o peido vem
Empurrado por xerém
Cebola, feijão, quiabo
Dizer na porta do rabo
O valor que o peido tem

No mundo não há ninguém
Pra saber mais do que eu
O valor que o peido tem
E o peido que o gyl deu
Quase nao passa no cú

O divogado peidou num trem
Que ficou de bunda pensa
Um nêgo pediu licença
Soltou um peido também
O divogado disse meu bem
peido grande só o meu
Vale por trinta do teu
Peidei melhor do que tu
Quase não cabe no cu
O peido que o gyl deu

Assim que o peido passou
O gyl fez uma careta
A bunda ficou mais preta
O cu abriu-se e fechou e
Um chifrudo perguntou
O que foi que aconteceu?
Um veado respondeu:
Ainda não sabes tu!
Quase não cabe no cu
O peido que o gyl deu

O peido é coisa comum
Chega para todo mundo
Mas de não passar no fundo
Talvez não haja nenhum
Quando o gyl soltou um
Fedendo a defunto nu
Não escapou urubu
Quem tinha venta perdeu
O peido que o gyl deu
Quase não passa no cú

Peido não sabe o que faz
É comum cego sem guia
Quase o peido não saía
O volume era demais
Para passar por detrás
Foi tão grande o sururu
Entre castanha e pitú
O pitú foi quem venceu
O peido que o gyl deu
Quase não passa no cú

Assim que o peido gritou
Na chapeleta do fundo
Na quadratura do mundo
A voz do peido estrondou
Velho Amazonas deixou
De lutar contra o Xingu
E o preto urubú disse
Ao peido o mundo é teu
O peido que o gyl deu
Quase não passa no cú

Se famoso quis ficar
Dante sofreu na comédia
Shakespeare, na tragédia
Camões em gôa a nadar
Teve Homero de cantar
Os feitos da raça grega
A que ponto o mundo chega
Um peido eterno ficou
Depois que imortalizou
Um cao-poeta que ficou
Com o cú arrombado...
E so peida: Pitú,e cachaça...


irmao-gemeo. drraw .......


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 07/02/2010 22:27  Atualizado: 07/02/2010 22:27
 Re: Meu... Encanto!
Que poema mais lindoooooo, perfeito, bjus.


Enviado por Tópico
HorrorisCausa
Publicado: 07/02/2010 22:27  Atualizado: 07/02/2010 22:27
Administrador
Usuário desde: 15/02/2007
Localidade: Porto
Mensagens: 3764
 Re: Meu... Encanto!
encantada com o ritmo, com as palavras, com o significado.

encantada...

beijo


Enviado por Tópico
IzauraN.Soares
Publicado: 07/02/2010 22:45  Atualizado: 07/02/2010 22:45
Da casa!
Usuário desde: 19/10/2006
Localidade: Osasco- SP
Mensagens: 308
 Re: Meu... Encanto!
Nossa, que lindo texto poeta GYL, parabéns!
Adorei seu texto, muito bom.

Um abraço para vc.
Fica com Deus!

IZA


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 30/07/2015 13:54  Atualizado: 30/07/2015 13:54
 Re: Meu... Encanto!
Lindo, lindo demais!

beijinho!

Isa