Sem ainda nada ter dito,
Quero já, também dizer-te,
Na Babel que não acredito,
No labirinto da internet.
Porque desenho ideias em escritos,
Trespassadas de momentos únicos,
E mostro sentidos e sentimentos,
Crença, frustração e arrependimentos.
Sei lá bem, o porquê do pio,
Da cotovia que ouço deitado,
Ouvindo-a à conversa com o rio,
Respondendo em sussurro delicado.
Encontre eu, num recanto infinito,
Sensível dialogante, e intemporal
Passeante, atento, e seria bonito,
Discutir a grande obra sideral.
Só tagarelar, sem planos vãos,
Gizados, quase engendrados,
Cobiça de ganhos temporãos,
Quase sem sentido, gorados.
Explicar-lhe o interesse meu,
No tempo passado até a luz,
Encontrar meus olhos, fitos no céu,
Que o relógio cósmico conduz.
Sei o amor a cada estrela, linda,
Sei o prazer de ouvir a cotovia,
Sei só planear uma vez ainda,
Aquele vaguear ao deus-daria.
Boa semana!
Garrido Carvalho
Fevereiro '10