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Sarcasmo, pasmo e manteiga de amendoim

 
Sarcasmo, pasmo e manteiga de amendoim.
Roem-me os ossos, limpos, sem tutano.
É de escárnio o monstro avariado.
E eu sou de peças feito de roças.

Na cadeia as almas livram-se.
De repente o mundo fecha-se.
Não o vejo mais pela claridade.
Toda a noite se torna baça.

Tique o som do taque.
No relógio dá-me um toque.
Não olhes para mim assim.
É cedo de mais para me artilhar em ti.

Ausente numa breve eternidade.
Sei de um gato que te topa.
Alcança-me por dentro mas demora.
Chegares a mim a solidão não deixa.


(de Bruno Cunha, in http://1-por-dia.blogspot.com)

 
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poecida
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