Crónicas : 

Felicidade Interna Bruta

 
Estava a ler o jornal no outro dia e encontrei, por acaso, uma notícia sobre a Felicidade Interna Bruta.
Em determinada altura leram-me as mãos e disseram-me que, pelas linhas das mãos, eu devia ser uma pessoa feliz. E o curioso é que é verdade, é assim que me considero, uma pessoa feliz. Mas nunca tinha pensado qual seria o meu nível de Felicidade Interna Bruta e nem sequer conhecia o conceito.
Se o conceito foi fácil de encontrar, descobrir qual o escalão de felicidade em que me encontro não foi assim tão simples. É que a felicidade não é mensurável, ou, pelo menos, não é comparável. O que para mim pode ser um factor de incremento da felicidade, para outros poderá não o ser, o que, no fim, baralha a análise.
Se assim é, então porque é que me considero uma pessoa feliz? Bem, primeiro porque sou optimista. E os optimistas têm uma forte tendência para serem mais felizes que os pessimistas. É a velha história do copo meio vazio ou meio cheio. Se olharmos para o copo e pensarmos – já está meio vazio – associamos ao fim da bebida. Se olharmos e pensarmos – ainda tenho metade para beber – estamos a aproveitar, ao máximo, o que nos resta para beber. Parece-me óbvio. Poderia estar aqui umas quantas horas a dar exemplos de como a forma de olharmos para os acontecimentos influencia a maneira como os vivemos.
De um autor que desconheço, li, há uns dias, uma frase interessante sobre este mesmo tema – Se a vida lhe der um limão, faça uma limonada. Lá está, a forma como olhamos as coisas condiciona-nos.
Outro exemplo do que acabei de dizer apareceu hoje nas notícias. Em Washington está a cair um dos maiores nevões dos últimos 90 anos, sendo que a altura de neve está a aumentar cerca de 5 cm por hora. Apareceram várias pessoas a queixar-se, da neve, de terem de ficar fechados em casa e sabe-se lá mais do quê. Um senhor, de meia-idade, disse apenas, com um grande sorriso, “estamos a assistir à História”.
Além de optimista, gosto de me rir. Primeiro de mim. Sempre que faço algum disparate, ou me acontece alguma coisa ridícula, sou a primeira a rir-me de mim e a contar aos outros para que se possam rir também. Só assim me sinto com legitimidade para me rir dos outros. E rir sabe tão bem!!! Parece um cliché mas é verdade. Faz menos rugas que estar sorumbático, e contagia mais depressa quem está perto de nós.
Importa também concentrarmo-nos no que temos de bom na vida. E acreditem, há sempre alguma de coisa de bom. Se pensarmos primeiro nas coisas boas e depois nas coisas más, elas, as más, vão-nos parecer menos significativas que as boas. É às boas que devemos dar importância e é com elas, as coisas boas da vida, que nos devemos deitar todos os dias. Se assim for, de certeza que, no dia a seguir, acordamos com as coisas boas na memória e com as más relegadas para terceiro ou quarto plano.
Não querendo parecer egoísta, é também importante que eu me sinta bem, que faça o que gosto e que me preocupe em atingir os objectivos a que me propôs (seja em que campo for). Se assim for, sentir-me-ei melhor do que se estiver a fazer algo que não queira ou não goste.
Sem querer fazer um tratado de auto ajuda, ou coisa que o valha, estas são as minhas formas de aumentar a minha Felicidade Interna Bruta. Cabe, a cada um de vós, descobrir qual a forma que deve usar, sendo certo que o importante é ser feliz. Como dizia o saudoso Raul Solnado “façam o favor de ser felizes”


Stone
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Pedra Filosofal
O sonho comanda a vida...


http://stoneartportugal.blogs.sapo.pt/

Felicidade Interna Bruta (FIB) ou Gross National Happiness (GNH) é um conceito de desenvolvimento social criado em contrapartida ao Produto Interno Bruto (PIB).
O termo foi criado pelo rei do Butão Jigme Singye Wangchuck, em 1972, em resposta a críticas que afirmavam que a economia do seu país crescia miseravelmente. Esta criação assinalou o seu compromisso de construir uma economia adaptada à cultura do país, baseada nos valores espirituais budistas. Tal como vários outros valores morais, o conceito de Felicidade Interna Bruta é mais facilmente entendido a partir de comparações e exemplos do que definido especificamente.
Enquanto os modelos tradicionais de desenvolvimento têm como objectivo primordial o crescimento económico, o conceito de FIB baseia-se no princípio de que o verdadeiro desenvolvimento de uma sociedade humana surge quando o desenvolvimento espiritual e o desenvolvimento material são simultâneos, complementando-se e reforçando-se mutuamente. Os quatro pilares da FIB são a promoção de um desenvolvimento socioeconómico sustentável e igualitário, a preservação e a promoção dos valores culturais, a conservação do meio ambiente natural e o estabelecimento de uma boa governação. (retirado da Wikipédia)
 
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Pedra Filosofal
 
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Enviado por Tópico
Alexis
Publicado: 07/02/2010 20:10  Atualizado: 07/02/2010 20:10
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Localidade: guimarães
Mensagens: 7238
 Re: Felicidade Interna Bruta para mim
ehehehe...sabes que eu acho que também tenho a felicidade de ter esse "bichinho"?embora ache que tenha os dois lados.quando olho para um copo e ele tem líquido,vejo o conteúdo e o vazio.
depois...depois bebo,se tiver sede, e agradeço.

mas acrescento aqui um outro dado a esta questão da "felicidade",que não é novo:já pensaram que a taxa de suícidio é por vezes maior em países mais ricos?e que a maior parte dos países pobres e quentes têm música alegre?e que há gente doente (alguns com doenças crónicas e/ou fatais) que são pessoas alegres?e que a capacidade de apreciar coisas simples é uma benção que nem todos compreendem?e que...ui...nem digo mais nada.isto dá pano para mangas.
gosto bastante deste conceito de FIB,que aliás já conhecia.bastante mesmo.o que não quer dizer que condições básicas como a habitação,a alimentação,a higiene,a saúde,a educação,etc,devam ser descuradas...

beijos,obrigada pelo texto, e uma vida menos má para todos.

Enviado por Tópico
Garrido
Publicado: 07/02/2010 20:59  Atualizado: 07/02/2010 20:59
Muito Participativo
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Mensagens: 94
 Re: Felicidade Interna Bruta
É óptima a felicidade, é satisfação plena senti-la, e a sua falta, cruel pena. Pessoalmente, vivo momentos de copo meio cheio e outros com ele meio vazio. Tal como o Verão, é maravilhosa em si mesma e também porque há Inverno. O Inverno não é mau, mas realça o conforto do Verão.

Continuação de crónicas felizes...

Enviado por Tópico
Henricabilio
Publicado: 07/02/2010 21:58  Atualizado: 07/02/2010 21:58
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Localidade: Caldas da Rainha - Portugal
Mensagens: 6963
 Re: Felicidade Interna Bruta
FIB... e eu que pensei algum termo político do género Falência Interna Brutal - isto adaptado à realidade portuguesa... rss.

Sendo assim as nossas perspetivas não são nada animadores, pois além de sermos um povo que ri pouco, a verdade é que cada vez temos menos motivos para o fazer.

E sabemos como o bem estar de cada um está diretamente relacionado com a produtividade, passamos a ter um efeito bola de neve.

Além disso apreciei essa sua forma de encarar os seus próprios erros, pois se errar é humano, humano é também reconhecê-lo e assim poder expontaneamente rir ou chorar de cada situação.

Envio um abraçooo!
Abílio