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À Vida ( Menina, Mulher)

 
Tags:  saudade    mulher    menina    sina    telha vã  
 
À VIDA (MENINA, MULHER)

Nunca perdi o jeito de ser menina
Aquele jeito de criança arrebatada
Nasci Mulher, trazia na mão a sina
Mas sem madrinha, nasci mal-fadada.

Nasci humilde, em casa de telha vã,
Lutei pelo meu pedaço de chão e sol
Ainda menina aguardando meu amanhã,
Venci medos, mas a Vida não foi mole.

Tinha Sonhos, tantos que depressa voei
Depressa, que aprendi a palavra saudade!
De alma pura esqueci do Mundo a maldade.

Um punhado de terra, nos há-de separar
É esta a verdade na minha alma assente!
Mas enquanto viva serei, saudade da gente.


rosafogo
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Na plenitude da felicidade, cada dia é uma vida inteira.
Johann Wolfgang Von Goethe



 
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rosafogo
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Enviado por Tópico
AnaCoelho
Publicado: 07/02/2010 19:36  Atualizado: 07/02/2010 19:36
Membro de honra
Usuário desde: 09/05/2008
Localidade: Carregado-Alenquer
Mensagens: 11255
 Re: À Vida ( Menina, Mulher)
Rosa

é muito bom quando não se perde o jeito de ser menina mesmo quando a vida faz da menina mulher mais depressa.

Beijos


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 07/02/2010 19:51  Atualizado: 07/02/2010 19:51
 Re: À Vida ( Menina, Mulher)
Gostei do poema como sempre brilhas e fascinas os leitores parabens.
bjs


Enviado por Tópico
Vania Lopez
Publicado: 07/02/2010 20:26  Atualizado: 07/02/2010 20:26
Membro de honra
Usuário desde: 25/01/2009
Localidade: Pouso Alegre - MG
Mensagens: 18598
 Re: À Vida ( Menina, Mulher)
Voar e ser menina ao voar... e le-te é algo sublime. bjss


Enviado por Tópico
VónyFerreira
Publicado: 07/02/2010 20:57  Atualizado: 07/02/2010 20:57
Membro de honra
Usuário desde: 14/05/2008
Localidade: Leiria
Mensagens: 10301
 Re: À Vida ( Menina, Mulher)
Destaco a parte final do poema, Rosa

"Um punhado de terra, nos há-de separar
É esta a verdade na minha alma assente!
Mas enquanto viva serei, saudade da gente."

Lindo!
Beijo
Vóny Ferreira


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 07/02/2010 21:23  Atualizado: 07/02/2010 21:23
 Re: À Vida ( Menina, Mulher)
O cao-poeta tinha comido
Da panela de um cigano
Pimenta, sebo e tutano
Cebola e peba dormido
Foi tão grande o estampido
Que se ouviu no Pajeú
Toda praga de urubu
Da caixa prego desceu
O peido que o cao-poeta deu
Quase não passa no cu

Na fazenda Gado Brabo
Num casamento que havia
Comeu tanto nesse dia
Mocotó, feijão, quiabo
Meia noite abriu do rabo
Defecando o que comeu
Toda prega se rompeu
Na porteira do baú
Quase não cabe no cu
O peido que o cao-poeta deu

Quando o peido quis fugir
As tripas se revoltaram
E o cu do peido vedaram
Para o peido não sair
O peido não quis pedir
Mas o cu se arrependeu
O peido inchou e cresceu
Do jeito de um cururu
Quase não cabe no cu
O peido que o cao-poeta deu

Cú seboso e vagabundo
O peido tinha razão
Um fundo fazer questão
De um peido passar no fundo
Mais veloz como um segundo
Esse peido endoideceu
Fez finca-pé no "suru"
Quase não cabe no cú
O peido que o cao-poeta deu

Depois da grande explosão
O cao-poeta se aliviou
A meninada apanhou
"Caco" de cú pelo chão
Pano de fundo e botão
Caroço e casca de umbu
Uma chibata de angu
Do entre perna desceu
O peido que o cao-poeta deu
Quase não passa no cú

Não foi brincadeira não
Quando o rabo estremeceu
O peido que o cao-poeta deu
Ribombou como um trovão
Ele firmou-se no chão
No tronco de um mulungu
Levantou o mucumbu
Abriu a tripa gaiteira
Quando o peido fez carreira
Quase não passa nu cú

Ele não tem cerimonha
De peidar seja onde for
Me disse Joaquim, senhor
Que esse cao-poeta senvergonha
Viciou-se na maconha
Mocotolina e pitu
Bebe mais do que timbu
No samba de Zé Bedeu
O peido que o cao-poeta deu
Quase não passa no cú

Quase não pode passar
O chefe da caganeira
O peido encontrou barreira
Deu vontade de voltar
Pois quem quer se libertar
Enfrenta até canguçu
Depois do maracatu
O dono do cu gemeu
O peido que o cao-poeta deu
Quase não passa no cú

Eu não conheço valente
Por muito brabo que seja
Que não peide na peleja
Vendo o perigo na frente
Com o medo que a gente sente
Mais ligeiro o peido vem
Empurrado por xerém
Cebola, feijão, quiabo
Dizer na porta do rabo
O valor que o peido tem

No mundo não há ninguém
Pra saber mais do que eu
O valor que o peido tem
E o peido que o gyl deu
Quase nao passa no cú

O divogado peidou num trem
Que ficou de bunda pensa
Um nêgo pediu licença
Soltou um peido também
O divogado disse meu bem
peido grande só o meu
Vale por trinta do teu
Peidei melhor do que tu
Quase não cabe no cu
O peido que o gyl deu

Assim que o peido passou
O gyl fez uma careta
A bunda ficou mais preta
O cu abriu-se e fechou e
Um chifrudo perguntou
O que foi que aconteceu?
Um veado respondeu:
Ainda não sabes tu!
Quase não cabe no cu
O peido que o gyl deu

O peido é coisa comum
Chega para todo mundo
Mas de não passar no fundo
Talvez não haja nenhum
Quando o gyl soltou um
Fedendo a defunto nu
Não escapou urubu
Quem tinha venta perdeu
O peido que o gyl deu
Quase não passa no cú

Peido não sabe o que faz
É comum cego sem guia
Quase o peido não saía
O volume era demais
Para passar por detrás
Foi tão grande o sururu
Entre castanha e pitú
O pitú foi quem venceu
O peido que o gyl deu
Quase não passa no cú

Assim que o peido gritou
Na chapeleta do fundo
Na quadratura do mundo
A voz do peido estrondou
Velho Amazonas deixou
De lutar contra o Xingu
E o preto urubú disse
Ao peido o mundo é teu
O peido que o gyl deu
Quase não passa no cú

Se famoso quis ficar
Dante sofreu na comédia
Shakespeare, na tragédia
Camões em gôa a nadar
Teve Homero de cantar
Os feitos da raça grega
A que ponto o mundo chega
Um peido eterno ficou
Depois que imortalizou
Um cao-poeta que ficou
Com o cú arrombado...
E so peida: Pitú,e cachaça...


irmao-gemeo. drraw .......

Enviado por Tópico
Gyl
Publicado: 07/02/2010 22:08  Atualizado: 07/02/2010 22:08
Usuário desde: 07/08/2009
Localidade: Brasil
Mensagens: 16148
 Re: À Vida ( Menina, Mulher)
Mais um texto nostálgico, belo e melancólico. Acho que é uma especialista nesse tipo de arte. Canta e encanta com teus versos harmoniosos e deliciosos! Beijos no coração e perdão por algo que não tenho culpa mas que me incomoda muito! Mais beijos! É uma das minha preferidas!


Enviado por Tópico
HorrorisCausa
Publicado: 07/02/2010 22:22  Atualizado: 07/02/2010 22:22
Administrador
Usuário desde: 15/02/2007
Localidade: Porto
Mensagens: 3764
 Re: À Vida ( Menina, Mulher)
a ternura do teu poema é contagiante.

beijo


Enviado por Tópico
Sterea
Publicado: 09/02/2010 09:20  Atualizado: 09/02/2010 09:20
Membro de honra
Usuário desde: 20/05/2008
Localidade: Porto
Mensagens: 2999
 Re: À Vida ( Menina, Mulher)
A tua vida será sempre menina. Sabes porquê?... porque ainda guardas a pureza da inocência, a ternura da generosidade, o riso da esperança e a grandeza da simplicidade...

Beijinho, rosa-em-botão-bem-apertado...