Poemas : 

POEMA EM CONVULSÃO

 






Bate a brisa na gente que tece o próximo
Na inquietude do vento que sibila,
O arredar do poema em convulsão
Ardendo o lume e o pavio no verbo que estremece.

Renasce o poeta a cada verbo de luz
Como promessa talhada à presa,
Corpo de ferro debulhado
Que espreita o relento das rimas.

A letra se acalma na vertigem da noite fria,
Desprendendo-se dos laços e cansaços
E o pranto se ergue aguerrido entre palavras
Como sombra ao final do dia.

Invoca o poeta o pulso do alento
Afundando as feridas na emoção
Revelando-se estóico no improviso.

A vida o finta de desalento
Vergando-se ao choro e à espera do que sente
Permanecendo ausente enquanto sonha.


Eduarda

 
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eduardas
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 07/02/2010 17:49  Atualizado: 07/02/2010 17:49
 Re: O POETA E O SONHO
o poeta será assim um animal onírico num mundo telepático.

bjs


Enviado por Tópico
jluis
Publicado: 07/02/2010 18:03  Atualizado: 07/02/2010 18:03
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Mensagens: 1535
 Re: POEMA EM CONVULSÃO
"O sonho comanda a vida" e pode condimentá-la...
Gostei muito. Uma vez mais!
Beijo, Eduarda
JL


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 07/02/2010 18:21  Atualizado: 07/02/2010 18:21
 Re: POEMA EM CONVULSÃO
Que lindo... convulsão que treme as mãos, o coração... que se abala e se solta em belos versos... bjusss


Enviado por Tópico
VónyFerreira
Publicado: 07/02/2010 18:34  Atualizado: 07/02/2010 18:34
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Localidade: Leiria
Mensagens: 10301
 Re: POEMA EM CONVULSÃO
"Invoca o poeta o pulso do alento
Afundando as feridas na emoção
Revelando-se estóico no improviso."

Considero a tua poesia muito boa, Eduarda.
Tenho dito e aqui fica o meu aplauso.
Bj
Vóny Ferreira


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 07/02/2010 18:44  Atualizado: 07/02/2010 18:44
 Re: POEMA EM CONVULSÃO
Ola Eduarda

Não me bastou ler uma só vez! Um poema nascido nos dedos do poeta, porque mente quem diz que poesia é só alma. A poesia lavra-se nos dedos que a libertam.

Levo-te poesia!

Beijo azul


Enviado por Tópico
Mariaa
Publicado: 07/02/2010 19:22  Atualizado: 07/02/2010 19:22
Colaborador
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Localidade: Braga
Mensagens: 2621
 Re: POEMA EM CONVULSÃO
Que mundo tridimensional
paira no teu sonho abissal
´ e na tua escrita descolossal
onde o amor é o sal
com que dia -a-dia temperas
os versos e te regeneras?

Tu que buscas além do vísivel
encontras o teu eu algures
num mundo tornado tangível
entre o vento e o aroma das flores
que cortam o silêncio de ouro
e tu assim voas e voas mais além
e sobrevoas ondas de trigo louro
e teu sonho vivo nada o detem!

N Beijos e mil abraços siderais da amiga ao dispor
Mariaa *+*


Enviado por Tópico
AnaCoelho
Publicado: 07/02/2010 19:33  Atualizado: 07/02/2010 19:33
Membro de honra
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Mensagens: 11255
 Re: POEMA EM CONVULSÃO
Que seria da escrita sem o sonho?!!!

Um bom poema

Beijos


Enviado por Tópico
Vania Lopez
Publicado: 07/02/2010 20:32  Atualizado: 07/02/2010 20:32
Membro de honra
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Mensagens: 18611
 Re: POEMA EM CONVULSÃO
Ausente enquanto sonha...fiquei pensando naas possibilidades minhas. bjs


Enviado por Tópico
poesiadeneno
Publicado: 07/02/2010 22:13  Atualizado: 07/02/2010 22:13
Colaborador
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Mensagens: 1405
 Re: POEMA EM CONVULSÃO
Eduarda,

Belíssimo poema.

Grato pela partilha.



Bj


Enviado por Tópico
Conceição Bernardino
Publicado: 08/02/2010 02:20  Atualizado: 08/02/2010 02:20
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Mensagens: 3357
 Re: POEMA EM CONVULSÃO
um hino à poesia.

beijo


Enviado por Tópico
TRIGO
Publicado: 08/02/2010 08:31  Atualizado: 08/02/2010 08:31
Colaborador
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Mensagens: 2325
 Re: POEMA EM CONVULSÃO
...
olá eduarda

Corpo de ferro debulhado
Que espreita o relento das rimas.


...lindo e como escreves! Assim, nunca
te livrarás de mim!



Beijo


Enviado por Tópico
cleo
Publicado: 08/02/2010 18:52  Atualizado: 08/02/2010 18:52
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Mensagens: 3731
 Re: POEMA EM CONVULSÃO
"A vida o finta de desalento
Vergando-se ao choro e à espera do que sente
Permanecendo ausente enquanto sonha."
Belíssima descrição do que acontece naquele compasso de espera, entre o que se quer, o que se sente ou não sente e o que não acontece se se sente ausente de si mesmo...

Sinto-me orgulhosa de ti, Eduarda!

Beijo