Eu quis-te favo de mel
adocicando a manhã,
trago doce, que não fel,
sumo de orvalho e romã…
Quis-te divindade grega
em pedestal de marfim,
enigma de rosa negra
apenas gravado em mim.
Quis-te musa inspiradora
de mim , pobre trovador.
Quis-te fonte geradora
de tanta luz e calor.
Quis-te um oásis perdido
no turbilhão de montanhas
que me trazem escondido
de epopeias e façanhas
Porto de abrigo seguro
em tempestades de areia,
antes que deserto escuro
quis-te canto de sereia
Por mares jamais navegados,
quis-te farol ,luz de esperança
de rumos desencontrados
em busca duma bonança.
Quis-te lírio ou violeta
desabrochando em flor
versos tristes dum poeta
em cantos de luz e amor…
Cantos de amor tão intenso
por quem eu tanto sofri.
Eu quis-te, assim, tanto, tanto
que por tanto te querer
acabei por te perder
sem nunca chegar a ti…
De tanto gostar de ti…
CPereira 2009-12-26