Esperei eu pelo amor Sentada numa cadeira De palha Palha tão gasta e branca Que a confundia com o alvor
Que inundava o meu céu Sempre que a manhã sorria Sentada nessa cadeira Fui definhando, sombra minha Até que a cadeira quebrou
Ao entrar uma andorinha Que no meu colo poisou
Falou-me então ao ouvido Num trinar suave e fresco Levanta-te dessa cadeira Desbrava o terreno árido Estás viva, estás inteira
Olhei-a placidamente Estou louca agora sei As andorinhas não falam És ilusão aparente Vai-te, sozinha ficarei
Esvoaçou a andorinha Pelo quarto abafado
Bateu asas e voou Deixando atrás de si Um recado
A cadeira já não volta Quebrou-se com o bolor Que o pensamento inundou Acorda e faz-te à vida O sol lá fora raiou
Acenei-lhe num adeus Abri os olhos acordei Entrou um ramo verde Que apressada agarrei Eram os braços teus
Caminhei à luz do dia Mão na mão, uma jornada Depois da chuva a acalmia Duas vidas uma estrada.
Antónia Ruivo
Era tão fácil a poesia evoluir, era deixa-la solta pelas valetas onde os cantoneiros a pudessem podar, sachar, dilacerar, sem que o poeta ficasse susceptibilizado.
Duas caras da mesma moeda:
Poetamaldito e seu apêndice ´´Zulmira´´ Julia_Soares u...