Quem muito quer, muito perde.
E só faz é trapalhada.
E mesmo que muito herde,
Acaba por ficar sem nada.
Aquele que mais ajudo,
Faz-me a vida atribulada.
É impossível ter tudo,
Mas é triste não ter nada.
Há muitos que querem ter,
E vivem esperançados.
Não o conseguindo obter,
Acabam desesperados.
Mais vale pouco que nada,
Que muito sem ter valor.
Tem sempre a vida estragada,
O que vive sem amor.
Vale mais um pássaro na mão,
Do que dois que vão a voar.
Mais vale ter um milhão,
Do que nada para gastar.
Não é nenhuma novidade,
Que não se pode ter tudo.
Já passei a mocidade,
E por isso não me iludo.
Saber um pouco de tudo,
É melhor que não saber nada.
Ajudo-me com o que estudo,
Porque a vida é estudada.
Quem pensa que sabe tudo,
Nunca sabendo de nada.
É um grande cabeçudo,
Com uma boina enfiada.
Mas vive bem satisfeito,
Convencido da verdade.
Ele, para ele é perfeito.
Não havendo igualdade.
Pior que um convencido,
É aquele que se convence.
Que nunca pode ser vencido,
Por outro que nunca vence.
É triste a ignorância,
Do que pensa ser sabichão.
Pois fica a grande distância,
Do que é a exactidão.
Por pensar que está sempre certo,
E que mais ninguém tem razão.
Nem sequer chega lá perto,
Nem nunca vê bem a questão.
Perde o tino, perde o rumo.
E ás vezes, perde a vida.
E tudo se dissipa em fumo,
Como vela já ardida.
Não penses que sabes tudo.
Tudo está sempre a mudar.
Eu contudo nunca mudo.
Ando cá para ensinar.
Tudo aquilo que eu sei,
Ninguém a mim me ensinou.
Muitos anos eu penei,
Para ser como eu sou.
Eu tento sempre ensinar,
Os que querem aprender.
E nunca me vou esquivar,
A ensinar a viver.
Ninguém pode saber tudo.
Tudo, não se pode saber.
Mas aqueles que eu ajudo,
Aprendem a saber viver.
É grande a sabedoria,
Dos que sabem ensinar.
Mas é grande a teimosia,
Dos que só sabem teimar.
zeninumi 12/7/2007
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