Sonetos : 

Indesejada imprudência

 
Enquanto houver um prato desprovido de comida
E contra isso não se desprender maior esforço.
Enquanto imperar essa razão subnutrida
E tantos estiverem de descaso até o pescoço.
Sobrevirá a tudo, acorrentada, a violência,
Pois cada um que morre ignorado, pele e osso,
Induz a outros tantos a saírem desse fosso,
Usando (seja lá qual for) insana providência.
Ignorar a voz que clama exasperada e clara,
É encontrar-se nu e esconder somente a cara,
É estar resignado quando ainda há saída.
Aquele que, egoísta, assassina a consciência,
Abraça, conivente, a indesejada imprudência
De alimentar a morte... de deixar morrer a vida.


Frederico Salvo


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FredericoSalvo
 
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Enviado por Tópico
arfemo
Publicado: 05/02/2010 00:11  Atualizado: 05/02/2010 00:11
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 Re: Indesejada imprudência
caro Frederico,

formalmente é um poema múito bonito; o seu conteúdo é um libelo para todos nós (e é bom lembrá-lo, para que aumento o grau de consciência e de intervenção crítica)

abraço fraterno
arfemo

Enviado por Tópico
Paula Baggio
Publicado: 05/02/2010 02:43  Atualizado: 05/02/2010 02:43
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 Re: Indesejada imprudência
Parabéns! Abraços, Paula