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HAMADRÍADA

 
Tags:  poesia    HENRIQUE MENDES    HAMADRÍADA  
 
Ainda vejo ao longe aquela árvore solitária
que um dia viste através do meu olhar.

Deitada na erva, da sombra olhavas o horizonte luminoso
e aquela colina distante, de onde a árvore te observava
como se fosse um espelho de ti, altaneira,
e tinhas os pensamentos simples que uma árvore tem,
quando quer apenas ser, apenas estar.
Da tua pele erguiam-se com simplicidade,
num coro alucinante aos sentidos,
as vozes das tuas raízes profundas
-que nenhuma casca continha,
nem roupa poderia disfarçar.
Era a linguagem antiga da terra quente
sob a erva molhada, repetindo histórias de seivas
por entre sorrisos de lábios férteis.
E os teus gestos eram levezas de vento
em carícias de folhas, como dedos.
roçando por um instante a minha face feliz.

Ainda vejo ao longe aquela árvore solitária.
Enquanto me olha, protege em segredos de sombras
o que um dia viste, através do meu olhar.

Ainda vejo ao longe aquela árvore solitária
que um dia viste através do meu olhar.

Deitada na erva, da sombra olhavas o horizonte luminoso
e aquela colina distante, de onde a árvore te observava
como se fosse um espelho de ti, altaneira,
e tinhas os pensamentos simples que uma árvore tem,
quando quer apenas ser, apenas estar.
Da tua pele erguiam-se com simplicidade,
num coro alucinante aos sentidos,
as vozes das tuas raízes profundas
-que nenhuma casca continha,
nem roupa poderia disfarçar.
Era a linguagem antiga da terra quente
sob a erva molhada, repetindo histórias de seivas
por entre sorrisos de lábios férteis.
E os teus gestos eram levezas de vento
em carícias de folhas, como dedos.
roçando por um instante a minha face feliz.

Ainda vejo ao longe aquela árvore solitária.
Enquanto me olha, protege em segredos de sombras
o que um dia viste, através do meu olhar.
 
Autor
Henrique Mendes
 
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Enviado por Tópico
Sterea
Publicado: 04/02/2010 21:19  Atualizado: 04/02/2010 21:19
Membro de honra
Usuário desde: 20/05/2008
Localidade: Porto
Mensagens: 2999
 Re: HAMADRÍADA
Oh, Henrique, o poema pode até perpassar brisas de sensualidade... até erotismo, do melhor. Mas acesso restrito?... Ah, não entendi. Vale-nos a certeza que "quanto mais proibido, mais apetecido". E o poema meece apetecer...



Enviado por Tópico
HorrorisCausa
Publicado: 05/02/2010 17:49  Atualizado: 05/02/2010 17:49
Administrador
Usuário desde: 15/02/2007
Localidade: Porto
Mensagens: 3764
 Re: HAMADRÍADA
muito inspirador ou não fosse hamadríade, mas concordo com Stera, restrito porquê?

beijo