Eu quero a chuva, mas não tuas lágrimas,
Pois nelas há a poesia que não escrevi.
Há os anjos vendidos nas esquinas,
Há medo que você vê, mas que eu não vi...
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Eu quero a chuva, mas não a tua dor,
Pois nele há palavras que me foram esquecidas,
Algumas desencontradas do contexto AMOR,
Pois como você, por mim também foram perdidas...
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Eu quero a chuva, pois eu tenho vergonha!
Ao ter ver na rua entre a ralé e a peçonha!
Deste mal que se encontra a lhe bater...
~*~
Criança, e eu? Diga-me o que posso fazer?
Não quero lhe ver pelo mundo se perder!
Em meio à chuva, desta história enfadonha...
~*~
Eu quero a chuva, mas não o teu grito,
Nem seu lamento de fome, ou a sua cara suja.
Eu não quero nenhum sentimento maldito,
E nem seu sorriso que aos poucos enferruja...
~
Porque criança, queria-te com a liberdade divina,
Brincando com a vida, em teu modo de viver,
Com um sorriso que só a verdade ilumina,
Eclodido pela alegria, deste teu jeito de ser...
~*~
Mas nunca como um anjo ferido,
Que do céu parece ter caído,
Por entre as nuvens de algodão!
~*~
Pois eu só quero a chuva na imensidão!
Doada por Deus, como absolvição,
Há qualquer pecado que tu tenhas cometido...