Uma vela te ilumina assim que adentra,
Delineando detalhes por vezes secretos...
Como os seios, que a camisola salienta,
Absorvidos pelo escuro, lentamente, discreto...
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Apaga então a vela, e abre a janela,
Soltando os cabelos ao vento...
Percebendo a luz da lua cruzar por ela,
Como se congelasse a imagem neste momento...
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Fotografada pela retina em preto e branco,
Revela-me a suavidade de sua tez...
Hipnotizando-me como há um quebranto,
Ao me desvendar aos poucos sua nudez...
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Quero a magia de te tocar amando,
Num missal, descrevo-te rubramente flor...
Então a poesia lentamente vai se formando,
Nascendo em verbos e rimas de amor...
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Mas só observo taxativo... vôo longe,
Pois não faço parte desta magia...
Você somente em meu pensamento se esconde,
Revelando-se no mistério de minha poesia...
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Tal qual as miseras mãos que te tocam,
Sei mesmo, não são as minhas...
São como estranhos que me provocam,
Então a poesia passa a ser uma ladainha...
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É um desamor que me toma conta,
Como uma prece de forma anormal...
Então minha fé assim se afronta,
Desfolhadas tristes nesse missal...