Não há motivos para rir,
Na vida que vou vivendo.
Por o que estou a sentir,
E por ver, o que estou vendo.
Desgostos e desilusões,
É só ver quem mais podia.
Misérias e frustrações,
Estão na ordem do dia.
Isto é caso para ser visto.
E tudo isto, eu ando a ver.
Parece a vida de um Cristo,
A que eu estou a viver.
Misericórdia e perdão,
Aqui não tem cabimento.
Porque aqui é a prisão,
Escola do sofrimento.
Aqui, se aprende a sofrer.
Cada um, á sua maneira.
A tristeza de um viver.
Ás vezes, a vida inteira.
A solidão sem limites,
Numa vida destruida.
Sem nunca darem convites.
Para o dia da saída.
Anos e anos, aqui parado.
A ver os dias a passar.
A lembrar todo um passado,
Que nunca mais vai voltar.
Amargura de um momento,
Que marca toda uma vida.
Tão grande é o sofrimento,
Que nunca vai ser esquecida.
A maldade prevalece,
Acima de todo o bom senso.
O ódio se fortalece,
Neste inferno tão imenso.
O teu mal é cá entrares.
Porque isto é um labirinto.
E até tu te safares,
Sentirás, o que eu já sinto.
Nunca digas a ninguém,
Que desta água não beberás.
Porque te pode chegar também,
A sede que aqui me trás.
A sorte que eu não tive,
Podes tu tê-la também.
E a vida que aqui se vive,
Fará de ti um zé- ninguém.
zeninumi 12/7/2007
zeninumi.