De abusos de confiança,
E de abusos de poder.
Dos que estão na liderança,
E tudo querem comer.
Dos amigos do alheio,
E dos amigos da onça.
Que te dão certo receio,
E fazem-te passar por sonsa.
Das falsas amizades,
E das falsas promessas.
De ver janelas com grades,
E ter que viver com pressas.
De ver todo o cinismo,
Por que vivo rodeado.
E a falta de civismo,
Até do próprio Estado.
Das leis que estão mal feitas,
E da justiça que é cega.
De ti, que tudo aceitas,
E que a nada dás o nega.
Dos que vivem conformados,
Com uma vida de miséria.
Sem irem á luta revoltados,
Por a vida ser coisa séria.
Dos que se mostram prestáveis,
Em certas ocasiões.
Mas que só se fazem amáveis,
Com segundas intenções.
Dos que vivem acobardados,
Com o medo de morrer.
Sentindo-se incomodados,
Por outro que vai nascer.
Dos que invejam outras vidas,
Mas por as deles nada fazem.
Criticando as que são vividas,
As deles na terra jazem.
zeninumi 12/7/2007
zeninumi.