América do Sul, Brasil, Minas Gerais, mês x, dia tal...
“Quem tem um ao outro, tem tudo!”
(Ana Sansão, Poetisa de 16 anos)
Eterno e único amor da minha vida,
Através dessas mal traçadas linhas
Venho até ti dizer-te que nunca me
Fazes mal...
És raio luzente em minha triste caminhada.
Junto saltaremos por íngremes cascatas
E desbravaremos as mais densas florestas.
És, por todo sempre, a minha amada.
Busquemos todos os tesouros... As esmeraldas...
Todas as riquezas... Possibilidades infinitas!
Corpos nus adentrando o âmago das matas...
Sempre serás minha... “Kerida”!
Queiras compreender-me, meu amor,
Fartos sempre serão os meus desejos,
Como são milhares os meus planos.
Vários foram os meus desenganos.
Há muito aprendi que amar
Consiste em esquecer o que desejamos
E na forma mais ampla em que podemos
Doar-nos...
Tendo-se um ao outro, tem-se tudo!
Erigir tempestades e lançar trovões
No arfante e sôfrego coração alheio,
É se furar em espinhos...
É se machucar por inteiro...
É perder as primícias da recém-chegada
Estação...
É ter doente o peito sem cataplasma
Que lhe cure... Direito...
Deixe disso, meu amor perfeito!
Deixe adentra tua casa um feixe de raios
Solar.
Que o vento desarrume teus loiros
Cabelos...
E que o balouçar dos nossos corpos
Desarrume a cama.
Que quebrante a tênue teia que se forma
Pelos
Cantos obscuros de tua sala...
Que nossos sussurros sejam escutados
Na cozinha...
Que o canto magistral das cotovias vorazes,
Em harmonia com tua voz que nunca se cala,
Envolva-te em uma só gritante e constante
Alegria...
Que se afrouxem as penosas e pesadas tenazes
Que lhe deixava, aos poucos, fenecendo à míngua,
Privando-lhe do teu onírico pensar preso em tua
Labareda-língua...
Trago-te do oriente antigo todos os bálsamos,
Oboés, perfumes, mirra, sândalos, pensamentos...
Da Índia, trago-te cravos, canelas e incensos...
Venha comigo, meu amor!
Nada deves temer!
Serpes se enrosquem aos teus alvos pés.
Que todos os galhos e ramos dos bosques
Arranhem-lhe a tua terna e macia tez...
Nada tememos, meu amor.
Tendo-se um ao outro
Tem-se todo o universo!
Bromélias lhe brotem da boca
Quando puderes sorrir.
Que façam ninhos em teus púbis
Uma revoada de araras e passarinhos.
Que néctar e mel saiam sinuosos
Rios azulados dos teus olhos
Quando chorares...
Dou-te, meu amor, todo o mundo.
“Quem tem um ao outro, tem tudo”!
Gyl Ferrys