Amanhecia um dia normal, rotineiro, igual
Se não fosse a tua voz surgindo não sei de onde,
Para mudar o curso, o rumo, o sentido,
Revirando tudo, modificando, tumultuando.
Com se fosse um vendaval, passando, levando,
Contorcendo a estrada, os muros, os quintais!
Derramando a água, empurrando as roupas no varal,
Arrastando tudo como se fosse um furacão, um arrastão.
Vi tudo bagunçado, fora do lugar!
E agora estou arrumando, limpando.
Mas... nada poderá ser como antes
Há vasos quebrados, quadros deformados,
Trincas nas paredes, as cores já mudaram!
Há que bela casa!
Porém bagunçada, precisando ser reformada.
Que arrastão! que situação!
Depois que tudo passa fica sempre o pior.
O trabalho de por tudo novamente no lugar
E como dói ter que jogar fora
Coisas que antes estavam intactas
Coisas que tanto nos acalentava.
Coisas que nos fazia feliz só de ver, de ler, de ouvir
Remover estilhaços, fragmentos,
Que as vezes chega a cortar!
Todo cuidado é pouco!
Mas é preciso arrumar...
É preciso mudar,
Igual antes, sei que nunca mais vai ficar.
Pode ser que piore ou pode até melhorar!
Mas como era!
Sei que jamais será....
Claudia Liz