Sofro, não nego!
Sofro na corredeira do tempo,
do tempo incerto de te encontrar,
qual seja a flor, a vida, a morte.
Sofro na profundidade do pensar,
no pensamento solto que se esvai,
angustiante, sem rumo numa vida rimada
tudo igual, de nada, por nada.
Sofro da ávara poética errante
Sem ritmos, sem regras,
cheia de mistérios, e como...
nem consigo descrevê-los.
Sofro na mística música de esferas
Sim, bem distante de tudo aquilo,
que é artificial, vazio,
como quase tudo que ora me cerca.
AjAraújo, o poeta humanista, escrito em junho de 1975.