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sem número

 

. façam de conta que eu não estive cá .






inventa-me uma dor nova alice. atira-a para aqui, do sítio onde estás, desfaz-me a infância. não grites, de boca fechada falas melhor. pelo menos dói menos quando estás calada e me fazes falta. inventa-me uma dor moderna, que me surpreenda, que me não entedie. aborrece-me esta, sempre a mesma, a mexer-me nas memórias, a trazê-las de volta. fica com elas para ti, já te disse que não quero nada. nem hoje queria escrever, nem escreveria se não fosses tu, alice. tu e esta dor antiga.

 
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Margarete
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o não barulho.
a que dói.
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arma dura
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desespero
o choro
a culpa: essa senhora de malas aviadas
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a fuga do pássaro.
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Um pássaro negro ferido na asa-regresso
onde se lê esperança deve ler-se agonia: território banal, delimitado e sempre longe.
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Enviado por Tópico
Moreno
Publicado: 01/02/2010 22:57  Atualizado: 01/02/2010 22:57
Colaborador
Usuário desde: 09/01/2009
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Mensagens: 3482
 Re: sem número à mar
a memória por vezes atraiçoa-nos não por falhar, mas por manter tão vivas as dores que já quiséramos ter esquecido...

beijo

Enviado por Tópico
Massari
Publicado: 02/02/2010 00:19  Atualizado: 02/02/2010 00:19
Colaborador
Usuário desde: 07/12/2009
Localidade: Sertãozinho/SP
Mensagens: 1089
 Re: sem número
Sensacional
Preciso rever as minhas dores.
um abraço

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