Tudo é tão triste e dilacerante
que eu julgo não haver dor que
caiba aqui, onde as noites vivem
por viver sem qualquer alento.
Ergui meu jardim das mais belas
rosas brancas, hoje sina ou fado
definham por completo
assim a minha sorte deste viver
que não tem querer nem justiça.
Escuridão tenebrosa paira por
sobre a minha cabeça, e eu não
entendo porque não me posso
levantar desta inércia que me causa
medos e angustias mil, cegando-me
a vontade e os maus augúrios
que não me descansam a momentos.
Se um pouco de felicidade empresta
sorriso ao meu rosto este logo se
esbate de encontro ao peito da porta
enquanto eu vivo de sevícias tamanhas
sem que as entenda ou perceba seus
segundos sentidos, sou qual verme
rastejando por debaixo da terra
entregue a uma depressão sem fim.
Jorge Humberto
30/01/10