Prosas Poéticas : 

Fim

 
Julgue-se que o veredicto deste elenco enceta pelo fim a casar a filha da viscondessa da terra, e foram muito felizes para sempre! Tiveram sete filhos antes de casar e o padre da aldeia coagiu-os a solenizar votos legais, para zelar o bom nome da génese. Era tanto amor a desabrochar naqueles olhos que nunca cuidaram estar em pecado perante a lei de Deus. Antes do nascimento do primeiro filho, o Josefino era admirado por sua sogra e jurou fidelidade à sua amada: “até que a morte nos separe”, causando ideia que nunca mais na sua vida, iria ousar, olhar outras flores noutros jardins que não aquele, aquele onde um dia dormiu abraçado a um vaso junto à soleira da porta, no dia seguinte da tropa, a quando da folga que afogou suas mágoas numa garrafa de vinho. Isso partia o coração da mãe do Josefino. Um rapaz que nunca caminhava exacto, mas era bem acolhido, como se fosse sempre menino prestes a ficar com aquela doença que o atirou à cama por muitos dias seguidos, à espera que as bolinhas vermelhas fugissem do corpo para assentar e estudar. A professora admirava sua graça de olhos grandes e muito sardento de rosto, muito simpático e ágil, de grandes feitos no controlar outros que jogavam à bola, esquecendo a bola tantas vezes enfiada no telhado da vizinha, que sempre vinha asnear de brava. Afinal, Josefino ainda nem tinha idade e como a mãe estava sempre por casa, nunca precisou sair das saias da mãe que lhe contava histórias de encantar, inclusive a história de uma viscondessa que tinha uma filha muito bonita prestes a casar. Estas histórias, continuadas acesas na memória do Josefino desde que viu pela primeira vez a luz branca, enquanto nascia.


Inéditos de Rosa Magalhães
(Imagens da internet)
com 3 Livros Editados
1º "Pérolas de Amor"
2º "Acrósticos de Poesias"
3º "7 Vidas de Afectos"
Rosa Magalhães

 
Autor
ROMMA
Autor
 
Texto
Data
Leituras
960
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
10 pontos
10
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 30/01/2010 15:00  Atualizado: 30/01/2010 15:00
 Re: Fim
SIM DEVERAS TRISTE ROSA. COMO OS TEMPOS MUDAM.
A VERDADEIRA IDADE DO MUNDO. COMO SE FAZEM AS PAZES SEMPRE E MAIS COMO OS DIAS SÃO ALEGRES E FRUTO DE DEUS.
SEMPRE VEJO DE TUDO NOS TEUS TEXTOS. ESCREVE SEMPRE ASSIM.
ABRAÇO.
AMANDU


Enviado por Tópico
eduardas
Publicado: 30/01/2010 16:21  Atualizado: 30/01/2010 16:21
Colaborador
Usuário desde: 19/10/2008
Localidade: Lisboa
Mensagens: 3731
 Re: Fim p/Romma
Fascinam-me estas históris que têm sempre no meio a trisyeza.

Soberba!!!

bj
Eduarda


Enviado por Tópico
Vania Lopez
Publicado: 30/01/2010 23:31  Atualizado: 30/01/2010 23:31
Membro de honra
Usuário desde: 25/01/2009
Localidade: Pouso Alegre - MG
Mensagens: 18440
 Re: Fim
Ttriste mas lindo. Existe tristeza linda? Creio que sim, acabei de ler. beijo


Enviado por Tópico
Henricabilio
Publicado: 31/01/2010 10:13  Atualizado: 31/01/2010 10:13
Colaborador
Usuário desde: 02/04/2009
Localidade: Caldas da Rainha - Portugal
Mensagens: 6963
 Re: Fim
E nós sempre sonhando com as histórias de (en)cantar, em que só existem finais felizes...
... Mas sendo "finais" como podem ser "felizes"?!

Segue um abraçooo!
Abílio


Enviado por Tópico
Nanda
Publicado: 31/01/2010 21:39  Atualizado: 31/01/2010 21:39
Membro de honra
Usuário desde: 14/08/2007
Localidade: Setúbal
Mensagens: 11092
 Re: Fim
Romma,
Originalidade invertendo a ordem cronológica da história o que lhe dá uma conotação ainda mais bonita e triste.
Beijo
Nanda