Poemas : 

balança difícil

 
sou uma balança difícil
entre efeitos
altamente
terapeuticos
e adversamente
colaterais.

e em cada cápsula
engolida
a consciência
perfeita
disto mesmo.

reparto o riso
e o choro
em doses exageradas
ao longo do dia.

e desesperadas
são as horas
de intervalo
entre as tomas.

horas de solidão
de equilíbrio
e de nada.


cruz mendes

 
Autor
Alexis
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 30/01/2010 14:55  Atualizado: 30/01/2010 14:55
 Re: balança difícil
ÉS UMA BALANÇA CERTA DIRIA EU E COMO TU VÊS ALEXIS.
É UM POEMA SENTIDO. FRUTO DA ILUSÃO DE UM DIA SERMOS MAIS. MAS DEVAGAR O CAMINHO É CERTO PORVENTURA E SEGURANÇA EXISTE.
DEUS DABE DEUS TEM E DEUS VÊ.
UM ABRAÇO.
AMANDU


Enviado por Tópico
Carlos Ricardo
Publicado: 30/01/2010 14:55  Atualizado: 30/01/2010 14:55
Colaborador
Usuário desde: 28/12/2007
Localidade: Penafiel
Mensagens: 1801
 Re: balança difícil
Alexis,

A arte é um exercício de equilíbrio pelo menos tão difícil como um exercício de equilibrismo.
Poucas coisas serão tão aconselháveis para moldar e educar o sentido das proporções e do equilíbrio como as artes.
Nenhum artista sobrevive se não tiver o domínio dos múltiplos factores que estão na génese daobra de arte. E, além disso, precisa de ser bafejado pela "entidade" poesia, que não se deixa incorporar em nenhum artefacto, mas que pode ser percepcionada nas linguagens humanas.
A Alexandra tem abundância de tudo isto e eu imagino quanto lhe custa manter o difícil equilíbrio sobre os imponderáveis do ponto de apoio da vida.
Um bom fim de semana.
Beijo


Enviado por Tópico
eduardas
Publicado: 30/01/2010 16:26  Atualizado: 30/01/2010 16:26
Colaborador
Usuário desde: 19/10/2008
Localidade: Lisboa
Mensagens: 3731
 Re: balança difícil p/alexis
Horas de razão e de solidão aderentes a todos os poetas.

bjs
Eduarda


Enviado por Tópico
Alemtagus
Publicado: 30/01/2010 16:41  Atualizado: 30/01/2010 16:41
Membro de honra
Usuário desde: 24/12/2006
Localidade: Montemor-o-Novo
Mensagens: 3408
 Re: balança difícil p/ Alexis
Tu não és uma balança difícil, mas as tuas palavras são, por certo, o fiel de muitas balanças. As horas... essas passam entre o tempo.

Beijo


Enviado por Tópico
RoqueSilveira
Publicado: 30/01/2010 21:10  Atualizado: 30/01/2010 21:11
Membro de honra
Usuário desde: 31/03/2008
Localidade: Braga
Mensagens: 8112
 Re: balança difícil
Excelente poema Alexandra que o sinto inteiro cá dentro, nesse aparente equilíbrio, entre uma ponta e outra. Beijo


Enviado por Tópico
Moreno
Publicado: 30/01/2010 21:55  Atualizado: 30/01/2010 21:55
Colaborador
Usuário desde: 09/01/2009
Localidade:
Mensagens: 3482
 Re: balança difícil
os químicos fazem-nos balançar numa espécie de transe... na amplitude dos meus braços, abraço essa solidão

beijo


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 30/01/2010 22:13  Atualizado: 30/01/2010 22:13
 Re: balança difícil
reparto o riso
e o choro
em doses exageradas
ao longo do dia...Original ,muito bem construído,parabéns ALEXIS..ABRAÇOS
MARY


Enviado por Tópico
António MR Martins
Publicado: 31/01/2010 00:44  Atualizado: 31/01/2010 00:44
Colaborador
Usuário desde: 22/09/2008
Localidade: Ansião
Mensagens: 5058
 Re: balança difícil
Alexandra,

É sempre difícil manter a estabilidade dos pratos da balança com o seu fiel. Mas a tua poesia mantém uma enorme estabilização em termos de qualidade, criação após criação.

Excelente.

Beijinho


Enviado por Tópico
carlapathy
Publicado: 31/01/2010 01:04  Atualizado: 31/01/2010 01:04
Super Participativo
Usuário desde: 19/12/2009
Localidade: Tramandaí - RS - Brasil
Mensagens: 118
 Re: balança difícil
Alexandra...
Como é difícil realmente o equilíbrio
de tantos sentimentos e ações e vontades que quase nos sufocam...
Mas pense no que é positivo: só o ser humano tem esses encantos!

Linda poesia. Como sempre, adoro!
Bjs Carla Pathy


Enviado por Tópico
Conceição Bernardino
Publicado: 31/01/2010 01:54  Atualizado: 31/01/2010 01:54
Usuário desde: 22/08/2009
Localidade: Porto
Mensagens: 3357
 Re: balança difícil
Alex de balanças nunca fui muito equilibrada, nas horas de solidão sou peso sem medida e no nada fico quando tenho tudo.

que faço com tudo isto?

entendo o teu poema

beijo