A bala perdida
Voa livre bélica, feroz e nociva,
Rasgando o espaço num curto tempo
É uma irresponsável, louca e agressiva,
Nasceu da explosão, virou fragmento...
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E vem numa desabalada alucinada,
A artista da morte, procurando picadeiro
Tentando atuar o princípio do nada,
Ate encontrar seu momento derradeiro...
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De uma mira que sem querer se erra,
Fez um corpo cair por terra
Sem saber o que lhe acertou...
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E nenhuma lágrima derramou,
Não teve um beijo de despedida
Sustenido, por uma bala perdida...
A bala e a vitima
Ela cruzou por todos os cantos,
Ninguém sabe de onde venho
Causou medo, em olhos o espanto,
E a angustia que também tenho...
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Mas encontrou um alvo escondido,
Sentado à mesa em meio ao jantar
Ele ainda gritou, a se sentir atingido,
Mas antes de cair, já se posse a calar...
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A bala perdida, fora encontrada,
E ela vem tão somente do nada
E a outro inocente calou...
~
Mas o estampido ainda ecoou,
No som da quebra da vidraça,
Esparramando ali, a sua desgraça...
A bala sem culpado
Ovelha negra, corrompida de sentimento,
Não sabe se acusa, ou sê é acusado
Foi desferida por qualquer elemento,
Em tiros ao esmo de um fogo cruzado...
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Necrosada defunta, a morte é seu leito,
O seu grito é alarmante, e cruza por mim
Tira da vida o verdadeiro direito,
Dando a alguns que não merecem, um fim...
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Sendas pela angustia terrena,
Do medo és poderosa, és plena
Contaminando com seu veneno...
~
És como um ato obsceno,
Vestida com sua mortalha de chumbo
Para banir mais um inocente do mundo...