Veja amor,
O antigo deus dos antigos
Egípcios, dos cabelos de ouro,
Dos olhos sempre vermelhos!...
Vem novamente de forma majestosa,
Aos prantos da saudosa mãe Aurora,
Minha eterna musa dos rosados dedos!...
Vem Osíris em seu carro de fogo atrelado
Puxado, furiosamente, pelos seus cavalos
Que ardem em negrura e em impaciência,
Das crinas incandescentes, de forma lenta
Soltando línguas de fogo pelas ventas!...
Lá vai ele, o olho amarelo da Terra
Despontando por detrás das colinas
Beijando o veludo manso das relvas
Pontilhando de cores as campinas!...
Vai sorrindo anunciando uma nova estação
Sinta as fragrâncias exaladas pelas ervas
Que se ramificam como estrelas pelo chão!...
Veja como o mágico azul cristalino impera
Resplandecendo a primavera como imenso clarão!...
Revoada de pássaros pelos campos santos e celestes
Repleto de nuvens jaspes todas obesas e esbranquiçadas,
Semeado de bichos campestres, os férteis campos terrestres
Enfeitado pela flora e de borboletas um tanto assanhadas...
Lá vem o Astro-Rei! O poderoso deus Febo!
Tocando todos e a tudo com seus milhões de dedos
Alumiando os meandros perigosos dessas estradas
Onde cada dia vivido, vencida mais uma batalha
Cada flor brotada, o broto do sim e do... Beijo!
Gyl Ferrys