ENSAIO ADOLESCENTE (PARTE II)
Todas as mulheres, mesmo as muito inteligentes, fazem perguntas bobas… Quando fazem perguntas bobas estão viajando nos sonhos da libido… E isso apenas os homens mais e experientes captam, entendem estes frugais momentos de seus voos…
Momentos nos quais suas amadas se transportam aos seus 'contos da carochinha' enquanto os vêem como seus príncipes a matar tantos dragões que as aprisionam… O principal destes animais que soltam fogo, viajando nos espaços celestes das histórias encantadas, é o dragão mitológico da virtuosidade que as impedem de sentirem-se orgulhosas de viverem plena e abertamente sua sexualidade. De serem sensuais e sexualmente ativas, sem terem medo de serem felizes…
Ser feliz não atendendo a esses requisitos é não ser por inteiro.
Assim há que se compreender porque os homens ao longo da história criaram o mito da mulher tolinha como símbolo sexual, e da mulher virtuosa, como símbolo da moça casadoira. Isto vigorou abertamente e de certa forma ainda deslumbra os mais apaixonados.
Ficar atento a uma pergunta, fora do contexto da conversa, é captar o momento em que a mulher está totalmente deslumbrada e envolvida na sedução e conquista do seu homem…
Isto porque a mulher sente um abandono, que é um resquício de ancestralidade animal 'o reflexo da imobilidade das fêmeas'. Este reflexo quando intenso a priva de seus movimentos, é o ápice do 'cio da fêmea'.
No homem esse reflexo ancestral é o seu extremo contrário, ele se move, ele mostra habilmente seu desempenho cortejando, impressionando a fêmea que mais e mais se abandona aos seus movimentos…
E natureza segue seu curso… É justo aí que os dois perdem o senso da razão crítica… E com razão… Neste momento o sistema límbico é dominado pela criança (que é o pai do adulto) e o comando é mesmo dos hormônios…
Socialmente falando isto seria uma heresia, posto que o que se ensina as meninas é exatamente o oposto do que elas dão conta de sentir e praticar, e quando dão conta de se condicionarem sob o auge do clima da repressão, já não importa, mais sentir, porque um forte sentimento de castração as impede…
E no lugar de toda aquela infinita possibilidade de felicidade fica a sublimação de tudo que o amor e a paixão podem fazer de bom numa relação entre um homem e uma mulher… Restando, afinal, algumas alternativas o divã do analista ou a religião, pois Freud já dizia: 'a religião é o ópio da humanidade'.
Ibernise.
Acau (Paraíba/Brasil), 26.01.2010.
Núcleo Temático Romântico.
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