A paixão pela escrita é algo que vem de dentro é a magia que reluz sobre as palavras e torna tudo o que nos rodeia em sentimentos desarticulados. Quando a estrada perde a luz ao fundo do túnel, o nosso interior começa a metabolizar equações indecifráveis pelo raciocínio, pois não interessa ter um conjunto avantajado de neurónios sublimes se não conseguirmos ver para além da realidade. O raciocínio baseia-se na realidade dos factos e a escrita é fundamentada pela imaginação dos mesmos. Dai o mundo não conseguir desfrutar da alegria que as palavras transmitem.
Todos nós ostentamos em nós próprios palavras, palavras essas que podem mudar os rumos de indeterminada situações, mas para tal poder ser libertado, é necessário recorrer a uma introspecção não racional, mas sim liberal. Pois, uma mente seduzida pela escrita liberal, é uma mente capaz de produzir textos ou criar palavras capazes de mover sentimentos. Todo o raciocino deve ser colocado de parte quando iniciamos a escrita, pois esta bloqueia as palavras que surgem do coração e converte-as em passagens medrosas. Sim medrosas, o raciocínio bloqueia os impulsos da juventude e mata a essência da escrita, tirando dela a luz que ilumina o nosso caminho.
Por de trás deste labirinto de palavras apenas existe uma realidade, a realidade que a escrita é uma arma poderosa, mas somente se esta vier do interior e acompanha com um sentimento inenarrável.
“Palavras, só palavras, vocábulos, só vocábulos, expressões, só expressões, narrações, só narrações, líricas, só líricas, que adianta existir tantas possibilidades de escrita se esta não é sentida. Não procures uma estrutura ou uma forma de escrever, apenas pára, imagina, e abre o teu coração, pois só assim encontraras as palavras desejadas.”
David Amorim 01-Janeiro-2010