Sim amor, já lá vai o tempo
Em que roubava um jardim
Consciente do crime
Para te oferecer uma flor…
Já lá vai o tempo em que me dizias – vem!
Numa corrida insana eu ia
Para os teus braços
Para me recolher no teu peito…
Já lá vai o tempo em que a palavra amor
Era uma nascente na minha boca
Lavava de frescura os teus ouvidos
Esquecido completamente de mim.
Já lá vai, meu amor… Já lá vai…
Tu sabes bem
O quanto dei de mim
O quanto me despi
Para me dar
Sem ter exigido nada em troca
Tu sabes bem
O quanto enxuguei o teu pranto
Com estas mãos que agora
Recolhem da minha boca um lamento…
Foste aquele
Por quem daria a vida com um sorriso
Por quem optaria pelo inferno
Só para que tivesses o paraíso
Foste aquele
Que amei como nunca amei ninguém
Que desejei fundir carne e sangue
No mais profundo suspiro que o amor tem
És aquele
Que não quero ver nublar no tempo
Que quero lembrar todos os dias
Como parte do que sou e do que sinto
És aquele
De quem falarei ao longo do tempo que viverei
Com um sorriso de saudade e desejo
Como aquele que tive e que sempre terei
Estou pronto para partir.
Na trouxa que levo às costas
Vai o meu coração aflito
Com a esperança de encontrar alguém
Que diga que em ama
Que diga que me quer
Que precisa de mim
Que decida de uma vez
Caminhar comigo até ao fim.
Mereço ser amado
Com a mesma intensidade com que te amei
Ter ao meu lado
A paixão por que tanto ansiei.
No amor não basta dar, como dei,
Também é preciso receber.
Já me cansei de esperar, amor!
Como poderás dar-me
Aquilo que não tens?
…
Flor de tranquilidade…
Num canteiro de luz
O Verão desponta…
A paixão é uma lua!
Como uma deusa
Vestida de branco e sentir
Caminha pela praia
Nua…
Minha é sua alma!
António Casado
24 Janeiro 2010
Re: CHEGÁMOS AO FIM
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