O destino marca a hora.
E tu sem noção, corres.
Mas mesmo com alguma demora,
Tem calma, que também morres.
Ao quereres viver a vida,
Sem teres oportunidade.
Com uma morte prometida,
Perdias a possibilidade.
Ficavas assim reduzido,
Á miséria, sem vaidades.
A viver sem teres vivido,
E a morrer, sem dar saudades.
Estar vivo, estando morto.
Ou viver, sem ter vivido.
É seguir, por um caminho torto.
E sem nascer, já ter morrido.
Assim, está tudo trocado.
E não dá para entender.
E ao viveres baralhado,
Tu não chegas a viver.
A vida sempre a correr.
O tempo sempre a passar.
E tu acabas por morrer,
Sem a vida começar.
É esta a situação,
De quem vive, sem ter vivido.
Nunca vai ter a noção,
E morre, sem a ter conhecido.
Ou seja, por mais que viva.
Nunca chega a ter vivido.
A alma está sempre cativa.
Como se já tivesse morrido.
É sempre uma alma cativa.
Num local de perdição.
É menos uma vida viva,
Num mundo de podridão.
Há-de haver mais mundos,
No nosso imenso universo.
Mas com buracos tão fundos,
Só há este, em que estás imerso.
Estando vivo, sem viver.
Sem ainda ter morrido.
Vais acabar por morrer,
Sem sequer, teres vivido.
Não será esta agora,
A hora, dita fatal.
Só o destino marca a hora,
Do começo e do final.
O destino marca a hora,
A afins e a demais.
Chega a hora de ir embora.
E de não voltar jamais.
Despede-te das amizades.
Na hora, em que te elevas.
Tu cá, não deixas saudades.
Mas tu, também não as levas.
zeninumi 10/7/2007
zeninumi.
Mais textos
Rss do autor
Estatísticas
Enviar
Imprimir
Criar um pdf
