Quando vou ao meu jardim
Sinto o cheiro a alecrim
E esse cheirinho me excita.
Acaricio dois marmelos
Redondos duros e belos
E o meu coração palpita.
Tenho desejo de me deitar
Sobre o meu jardim e sonhar
De ser uma borboleta
Para me posar doucemente
Sobre a salsa existente
Sem levar uma galheta.
O meu jardim
É o melhor do Mundo.
Quando rego o rêgo
Rego-o a fundo.
Un rêgo bem molhado
Faz parte da lavoura
Um terreno bem lavrado
Faz engrossar a cenoura.
Os tomates... que beleza!
Os mais bonitos concerteza
Têm pele de veludo.
Passar a mão é prazer
Não é um tomate qualquer
É tomate bem carnudo.
E quando vejo um repolho
Daquele de encher o olho
Dá vontade de o comer.
Se for uma couve flor
Terei que comer esse amor
Não me poderei conter
A. da fonseca