MEU VERSO...

o meu verso é único lado forte que há em mim. de resto, sou frágil, maria alexandra. quem me sustenta é o meu verso

beijo,

j.

maria eduarda,

tenho recebido tanto de vocês que já estou ficando mal acostumado. não fosse a poesia, não sei o que seria de mim.

beijo,

j.

De ti seriam a continuação das palavras que nos abrem a alma.

Somos meros aprendizes no teu tempo.

bjs
Eduarda

no meu país, onde muitas vezes me chamaram de louco, imoral, terrorista, alcoólatra e agitador, entre outras coisas, poucos me dão carinho. aqui só se dá o reconhecimento depois de morto. fizeram isso com a minha amiga hilda hilst. não vão fazer comigo, eu juro.

beijo

j.

ps: vinícius teve reconhecimento em vida porque foi o letrista da bossa-nova, mas também pagou o seu. drummond, como eu, viveu do jornalismo e do serviço público a vida inteira, manuel bandeira viveu pobre, num pequeno apartamento na lapa, reduto de malandros do rio de janeiro com uma modetsa aposentadoria - reforma, como vcs dizem - (foi muitas vezes ajudado pelos amigos), ana cristina cesar, que pertenceu à minha geração, suicidou-se aos 31 anos. paulo leminski, meu amigo, morreu de tanto beber aos 44 anos: não tinha nem documento de identidade - foi enterrado dignamente porque o governador do paraná, onde ele nasceu, era seu amigo. este é o respeito que o brasil dá à sua cultura. e assim a vida vai ou foi...

carinho,

j.

natália - rosafogo(flor de incêndio, mas flor)

o que seria nós, minha irmã poeta, não fosse o milagre da poesia?

carinho, rosa.

j.

amigo jessé,
sabe, sempre pequei pelo excesso de sinceridade. por conta disso, tenho inimigos em todos os cantos. então, valendo-me da minha sinceridade, digo a você - sou o meu mais impiedoso crítico: cheguei a rasgar originais de um livro inteiro, porque ao reler achei-o de má qualidade. ontem, quando escrevi este poema, tomando por mote o verso de drummond, que está em epígrafe, sozinho,no meu cantinho de trabalho, eu o reli em voz alta várias vezes. e, perdoe-me a falta de modéstia, também gostei muito.

abração, axé!

j.

mario, meu irmão,
depois que certas coisas acontecem na vida gente, parece que a gente sem querer começa a acertar a mão. porque não é a gente que escreve.mas é a dor quem nos dita. e a mão - ai a mão, apenas obedece. dizem que sofrimento traz sabedoria, é do povo. preferia ser o asno de apuleio. ando mais solto agora, talvez seja isso. mas a comparar-me com drummond: sempre me defini apenas como um poeta de botequim, mais nada. levo uma vida simples, no meio de uma gente simples, que mal sabe o que é poesia, embora essa gente traga poesia no fundo dos olhos. chamam-me de poeta, apenas por carinho, mas nunca leram meus livros e possivelmente nunca vão ler. olhe, meu querido amigo, lembro-me de uma entrevista que fiz com o seu xará, também notável, o mario quintana (sem acento rs rs).pedi-lhe que falasse sobre o amigo drummond. e engoli esta resposta: "falar do carlos é como tentar escalar uma montanha em segundos. drummond é o maior de todos nós." alegra-me o seu comentário, amigo,mario ou mário(rs rs rs)
gosto muito de você e da sua alta e atrevida poesia, que não tem medo de dar a cara para bater. mas que sabe também devolver o golpe à altura (adoro boxe). e para gostar não é preciso conhecer de perto. me identifico com você e com sua poesia mesmo separado pelo mar, que para a poesia não é nada. distância e tempo para a poesia não têm a menor importância. porque assim fosse, eu não teria a ousadia de me declarar irmão de dante. e no fundo, no fundo, somos todos meio parentes de dante, camões, sá de miranda, do próprio drummond, do bandeira, da sophia e de outros e outras tantos e tantas que conversam conosco, quando estamos metidos no mais profundo silêncio. acho que esta árvore genealógica foi dita já por drummond uma vez, mas vale repeti-la.

j.

não sei se é comercial ou não. comercial, para mim, é gilliardi e eu prefiro chico buarque.cada qual que me veja como quiser.

j.

maria joão,
sempre fui meu pior inimigo.por isso me adoro. linda,
beijo,

júlio

bethinha:
con_dor
com dor
meu verso não é angra
mas sangra

um beijo,

j.

abilio amigo,

apoeiei-me todo em drummond para fazer este poema. só fiz em rimas o que ele, o carlos, não quis fazer.

j.

teu comentário me comove, inda mais neste tempo recente de ter perdido a mãe. são as ausências, muito mais que as dores que nos comovem, mesmo aos 53 anos.

obrigado pelo carinho do comentário.

j.