Pai, eu estou com medo!
Dê-me sua mão...
Sou tão pequena, estava tão perdida!
Agora foi revelado para mim um segredo:
Estava cega, abriu-se minha visão...
E estou um pouco assustada.
Até ontem estava iludida
um mundo novo agora se abriu...
achei que tudo fosse metáfora
na minha vida.
Mas vejo agora
Que metáfora nunca existiu.
As metáforas só existem em meus poemas
Que transportei para minha realidade...
E agora pai, sinto até pena
das pessoas que acham que estão na verdade.
E lutam por essa suposta liberdade.
Pai...eu estou chorando
por ver tantas pessoas na ignorância
não admitindo a cegueira,
por ver tanta intolerância!
Tantas tolices e tantas asneiras!
O que fazer agora
Que descobri esse mundo novo?
Sairei portas afora
gritando, e explicando para o povo?
Eles me colocarão num hospital
de doentes mentais.
Vão colocar-me estigmas
dizer que sou anormal
dizer que sou inimiga
quando de fato eles é que são anormais.
Mas Pai, sou minoria...
Dê-me forças para suportar
essa nova realidade;
Para que eu observe com uma certa calmaria,
apesar de por dentro eu ser tempestade.
Sou coragem, não nego,
mas admito meu temor.
Pois o mundo cego
desprovido de amor
levarão às últimas consequências
esta nova descoberta
em minha consciência:
Minha essência.
10/07/07 Joana Darc Brasil
Edna Schneider Lemos