Era véspera de Natal. Como todos sabem, a véspera de Natal costuma ser animada, com presentes, família reunida... Mas para uma certa menina, não. O Natal para ela era uma festa para ricos (que só esses o podiam festejar.) Os pobres não tinham dinheiro para comprar presentes e o seu presente era a solidão.
A ceia era apenas a fome e a família reunida à mesa era apenas o silêncio. Nem um amigo tinha e o seu nome era Valéria. Não andava na escola e, para ela, não existia Pai Natal.
Ela era menina da rua. Passava pelas pessoas e pedia esmola, mas elas diziam:
-Estes gatunos, fingem-se de pobres para ter presentes de Natal.
Nessa noite, passou um homem vestido de vermelho e branco com um gorro. Quando ela viu o homem, pediu-lhe:
- O senhor que está bem vestido e aquecido do frio, pode dar-me alguma coisa?!
Esse homem exclamou com uma voz grossa mas engraçada:
- Eu sou o Pai Natal. Ho, ho, ho… Vem comigo. Sou eu que dou presentes aos meninos e não me lembro de te ter dado algum, pois não?!
-O senhor dá presentes? Eu pensava que eram as famílias.
-O que queres este Natal?
- Quero família, aconchego e felicidade.
- Desejo concedido! Se vieres comigo para minha casa, terás isso tudo.
E ela foi. O Pai Natal deu-lhe um fato pequeno vermelho e branco e um gorro. Deu-lhe mimo, casa e até a adoptou. Ele gostava muito de Valéria.
E todos os anos, Valéria recebeu os mais belos e originais presentes. E aprendeu que o Natal é para todos (mesmo os mais pobres), e todos têm o direito de usufruir de Natais cheios de alegria e felicidade.
A.M.
Eu sei que o natal já passou
mas apeteceu-me pôr um texto que fiz antes do natal que só agora me lembrei de pôr aqui! Espero que compreendam!