Entrou em mim como um valente
Raio de sol adentra persistentemente
O interior escuro de uma funda caverna
Fechada!...
Vinha beijando macio os verdejantes
Arvoredos primaveris, meu raio luzente,
Numa fantasia bonita invadia toda terra
Fazendo luz no interior das mais virgens
Matas!...
Tudo em mim era só um sol e todo flor!
Invadiu meu âmago como o perfume
Das rosas da manhã invade, impregnando,
Todo oceano do meu quarto...
Era a leve aragem do ameno verão misturada
Aos babilônicos jardins onde nascem os amores;
Os aromas deliciosos dos lilases amalgamados
Com o cheiro sagrado e gostoso das flores!...
Tudo era um mundo de sol e em flor!
Andava por onde caminha a alma para
Sua morada primeira!...
Ferido estava pelas setas lançadas de
Teu olhar metálico de fada faceira...
Veio um vento quente da fortuna
Me arrefecer e fazer das velas da nau
Minhas côncavas conchas de areia
Onde se depositaram minhas amarguras...
Entrou em mim como um raio valente
De sol...
Minha primeira morada...
Tudo em mim se fez luz...
Todo meu mundo se fez flor!
Gyl Ferrys