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Morte atada

 
Morte atada
 
Hoje me deitei com a morte
A perseguida pela vida a fora
Estava ali ereta e suprema.

Era o macho de vontades
Levanta-me as saudades
Descascando feridas suspensas.

Na escuridão do tempo
As pessoas vertem-se
Por qualquer motivo?

Entre abismos de corpos
A vida tão amorfa?
Blasfeme o gozo desfeito!

Atormente a vaidade,
Desrespeite a insanidade,
Assuma riscos a eclodir!

Irradia versos evaporados,
No tumor atado ao corpo que deseja,
A idade é presença superada.

No amor acostado que arde,
A gosma que alimenta,
A morte dorme sem sono e atormenta.


Diana Balis, nem todos os dias serão felizes. Rio de Janeiro, 19 de janeiro de 10.


Diana Balis

 
Autor
DianaBalis
 
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Enviado por Tópico
eduardas
Publicado: 19/01/2010 18:11  Atualizado: 19/01/2010 18:11
Colaborador
Usuário desde: 19/10/2008
Localidade: Lisboa
Mensagens: 3731
 Re: Morte atada p/Diana
diante desta morte atada, retenho...levanta-me a saudade descancando feridas suspensas".

Amei!!!

bj
Eduarda

Enviado por Tópico
VónyFerreira
Publicado: 19/01/2010 18:17  Atualizado: 19/01/2010 18:18
Membro de honra
Usuário desde: 14/05/2008
Localidade: Leiria
Mensagens: 10301
 Re: Morte atada
"Na escuridão do tempo
As pessoas vertem-se
Por qualquer motivo?

Entre abismos de corpos
A vida tão amorfa?
Blasfeme o gozo desfeito!"

O seu poema tem tanto de bonito como triste.
Sabe?
É como muita vez o nosso estado de espírito. Subimos facilmente ao cume das montanhas, felizes, com a mesma rapidez que resvalamos sobre um precipício, perante a tristeza.
Um beijo